sexta-feira, 24 de julho de 2009

Daniel Dantas doou R$ 3 milhões de reais à campanha de FHC

Reparem que esse título não é o da reportagem do Estadão, que por sinal esconde muito bem essa informação ao final do texto. Mas como o blog Terror do Nordeste bem colocou, é papel da KGB lulista colocar os devidos pingos nos is.


Sexta-feira, 24 de julho de 2009

PF apreendeu áudios com ex-funcionário do Opportunity

AE - Agencia Estado


SÃO PAULO - A Polícia Federal (PF) apreendeu 21 áudios de interceptação telefônica em poder de Rodrigo Behring Andrade, ex-funcionário do Grupo Opportunity. A informação consta do relatório final da Operação Satiagraha, à página 290, onde começa o capítulo intitulado "Tentativa de manipulação de procedimentos judiciais". Além da corrupção, outro modus operandi da organização criminosa, nas hipóteses em que não consegue cooptar as autoridades policiais e judiciárias para agirem de acordo com seus interesses, é realizar a produção de documentos que podem ser usados para atingir a honra e a imagem do agente público, diz o relatório, subscrito pelo delegado Ricardo Saadi.

Os áudios, bem como degravações correspondentes, revelam diálogos de pessoas que à época das ligações eram contrárias aos interesses do Opportunity, nas disputas societárias em que o mesmo estava envolvido. As gravações são relativas ao período entre 2000 e 2003. A denúncia do Ministério Público (MP) imputa a Rodrigo papel de figura secundária em um único crime, de gestão fraudulenta. O relatório me parece fantasioso, reagiu o criminalista Alberto Zacharias Toron, advogado de Behring.

O relatório diz que a organização, liderada por Dantas, fez uso de uma série de outras ferramentas, dentre as quais a corrupção de agentes públicos, a utilização de lobistas e doleiros, a elaboração de dossiês contra seus inimigos e a tentativa de manipulação da Justiça.

Na página 267, um destaque: Chama a atenção nos documentos a expressão contribuição para que um dos companheiros não fosse indiciado, cujo valor R$ 900 mil seria feito em cash. O relatório faz menção a uma anotação que teria sido encontrada em uma escrivaninha de trabalho no escritório particular de Dantas. Diz a anotação: Campanha de Fernando à Presidência, R$ 3 milhões. Forma: cash.

''Cash'' não é expressão usualmente empregada por Dantas, afirmou seu advogado, Andrei Schmidt. ?Dantas não reconhece como dele tal anotação. Ele recebia muitas informações de que autoridades vinham sendo corrompidas em benefício dos adversários do Opportunity na disputa societária pela tomada do controle da Brasil Telecom. As informações vinham principalmente da disputa judicial nos Estados Unidos. Os relatos eram por ele anotados para verificação. As anotações representam possíveis registros de corrupção que não era praticada pelo Opportunity, mas talvez por seus adversários.? As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Serra: a gestão das bananas e do quentão




Luis Nassif

Duas leis de José Serra que passaram despercebidas:
SP proíbe a venda de banana por dúzia

Decreto do governador José Serra determina que fruta seja vendida apenas por quilo.

Quem desobedecer a lei terá de pagar multa que varia de R$ 297,60 a R$ 297.600.
Nova lei veta quentão em festa junina nas escolas estaduais de SP

da Folha de S.Paulo

O governador José Serra (PSDB) sancionou uma lei, publicada ontem no “Diário Oficial”, na qual a compra e a venda, o fornecimento (mesmo que seja gratuito) e o consumo de bebidas alcoólicas são proibidos nas escolas e faculdades técnicas da rede estadual de São Paulo.

A nova regra se aplica inclusive aos estudantes que já são maiores de idade e aos eventos promovidos pelas instituições de ensino fora de suas dependências.

Com isso, é o fim do quentão e do vinho quente, muito comuns nas festas juninas realizadas pelas unidades de ensino. O veto também se estende a bailes, festivais e até formaturas.

De acordo com a Casa Civil, o governo ainda vai analisar se o veto será aplicado também às universidades estaduais, como a USP, a Unesp e a Unicamp.

Em um primeiro momento, a tendência é que não seja aplicado, por conta da autonomia administrativa das universidades. Ficam de fora da proibição também as escolas particulares e as das redes municipais.

A medida proíbe todo tipo de bebida com teor alcoólico igual ou superior a 4,5 graus Gay-Lussac –gradação alcoólica média da cerveja comum.

O aluno que descumprir a nova proibição será punido de acordo com o regimento interno. A lei não prevê punição a quem fornecer bebida aos estudantes, mesmo que sejam servidores ou professores do Estado.

Fiscalização

Para Hebe Tolosa, presidente da Apaesp (associação de pais e alunos), já existem leis que vetam o comércio e o consumo de álcool nas escolas, como a que proíbe a compra de bebidas por menores de idade, e o governo deveria investir na fiscalização.

“Se o governo faz uma lei dessas é porque a bebida está entrando nas escolas”, diz.

Resposta palestina à propaganda de celular israelense


Aí está o vídeo-resposta à nefasta propaganda de celular israelense. Veja o que acontece na vida real quando palestinos resolvem "bater uma bolinha" com soldados israelenses.

A dica desse vídeo é do EduTião
http://www.gpopai.usp.br/blogs/edutiao/

domingo, 19 de julho de 2009

As cinco regras da propaganda de guerra

"Cale a sua boca! Nós bombardearemos quem a gente quiser!
Ou você está conosco ou com os terrosistas"



Extraído do Blog do Bentes

Roteiro para descodificar a informação
Por Michel Collon, em seu sítio eletrônico.

Em cada guerra, golpe de Estado ou agressão efetuada pelo Ocidente, os grandes media aplicam estas cinco "regras da propaganda de guerra". Utilize esta grelha de leitura nos próximos conflitos. Ficará impressionando por reencontrá-las todas as vezes: 1-Esconder a História; 2-Esconder os interesses econômicos; 3-Diabolizar o adversário; 4-Branquear os nossos governos e os seus protegidos; 5-Monopolizar a informação, excluir o verdadeiro debate.


Aplicação ao caso de Honduras

1 - Esconder a História. Honduras é o exemplo perfeito da "república bananeira" nas mãos dos EUA. A dependência e a pilhagem colonial provocaram um enorme fosso entre ricos e pobres. Segundo a ONU, 77% são pobres. O exército hondurenho foi formado e enquadrado – até nos piores crimes – pelo Pentágono. O embaixador estado-unidense John Negroponte (1981-1985) era chamado "o vice-rei de Honduras".

2 - Esconder os interesses econômicos. Hoje, as multinacionais estado-unidenses (banana Chiquita, café, petróleo, farmácia, ...) querem impedir este país de conquistar a sua independência económica e política. A América do Sul une-se e vira à esquerda, mas Washington quer impedir que a América Central siga pelo mesmo caminho.

3 - Diabolisar o adversário. Os media acusaram o presidente Zelaya de pretender fazer-se reeleger para preparar uma ditadura. Silêncio sobre os seus projetos sociais: aumento do salário mínimo, luta contra a hiper-exploração nas fábricas-prisão das firmas estadunidenses, diminuição do preço dos medicamentos, ajuda aos camponeses oprimidos. Silêncio sobre a sua recusa de encobrir os atos terroristas made in CIA. Silêncio sobre a impressionante resistência popular.

4 - Branquear os nossos governos e os seus protegidos. Esconde-se o financiamento do putsch pela CIA. Apresenta-se Obama como neutro quando ele se recusou a encontrar e apoiar o presidente Zelaya. Se ele houvesse aplicado a lei e suprimido a ajuda estadunidense para Honduras, o golpe teria sido rapidamente sufocado. Le Monde e a maior parte dos media branquearam a ditadura militar falando de "conflito entre poderes". As imagens de repressão sangrenta não são mostradas ao público. Logo, um contraste gritante entre a diabolização do Irã e a discrição sobre o golpe de Estado hondurenho "made in CIA".

5. Monopolizar a informação, excluir o verdadeiro debate. A palavra é reservada às fontes e peritos "aceitáveis" para o sistema. Toda a análise crítica sobre a informação é censurada. Assim, os nossos media impedem um verdadeiro debate sobre o papel da multinacionais, dos EUA e da UE no subdesenvolvimento da América Latina. Em Honduras, os manifestantes gritam "TeleSur! TeleSur!" para saudar a única televisão que os informa corretamente.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Direita quer embananar 2010


“A oposição não tem discurso, não tem projeto, está desarticulada e vai tentar tumultuar as eleições”.

Do ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social, em sua intervenção na reunião ministerial de ontem, conforme informação de O Globo, de hoje.

fonte: Diário Gauche

terça-feira, 14 de julho de 2009

Propaganda israelense faz piada do muro da vergonha



Essa propaganda de uma empresa de telefonia israelense parece inofensiva, mas no fundo acaba por "humanizar" o muro da vergonha. Não foi à toa que causou a fúria dos palestinos e da esquerda israelense. No final do vídeo o locutor do comercial ainda diz "Todos nós só queremos nos divertir" - ou seja que se lasquem os palestinos!
Cada um que tire as suas próprias conclusões, eu já tirei as minhas.

domingo, 12 de julho de 2009

Golpe militar norte-americano em Honduras


Quando o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, foi brutalmente seqüestrado em sua residência presidencial em Tegucigalpa na madrugada do domingo 28 de junho, o presidente de Estados Unidos, Barack Obama, desfrutava da paz e tranqüilidade do campo em Camp David, a residência de férias do chefe de Estado estadunidense. Enquanto o Presidente Zelaya era golpeado por soldados hondurenhos e introduzido à força em um avião sem conhecer seu destino, o presidente Obama tomava o café da manhã com o relaxante canto dos passarinhos do bosque no Estado de Maryland. E durante o desenvolvimento do golpe de estado em Honduras, que produz múltiplas violações dos direitos humanos, o seqüestro e a violência contra a chanceler de Honduras, Patricia Rodas, a brutalidade e seqüestro dos embaixadores de Cuba e Venezuela em Honduras e a tomada ilegal do poder por um governo de fato, ilegítimo, o Presidente Obama estava tomando uma decisão muito, muito difícil sobre a igreja na qual ele e sua família freqüentarão durante os próximos anos.
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A manchete de hoje, "Obama escolhe em Camp David a mesma igreja que freqüentava George Bush", está mais destacada na mídia estadunidenses do que esta manchete que, alem do mais, minimiza e manipula a verdade, "Chávez e seus aliados respaldam ao derrubado presidente de Honduras". Portanto, é obvio que a seleção da igreja onde a família Obama passará seus domingos durante os próximos quatro anos é muito mais importante do que um golpe de Estado em um país centro-americano. Agora também se entende por que as declarações da Casa Branca sobre o golpe em Honduras, efetuadas só por porta-vozes e não diretamente pelo presidente, foram tão ambíguas e comedidas. Obama não só estava de retiro no campo com sua família, como alem disso estava tomando decisões de alta prioridade sobre suas futuras atividades dominicais. Não tinha tempo para preocupar-se com assuntos alheios a seu domínio pessoal. Golpe?, qué golpe? Obama estava decidindo sobre sua própria vida e morte, porque segundo revela um artigo na Revista Time, "apesar de que Obama queria assistir a uma congregação em Washington, após visitar varias igrejas, decidiu que 'era incômodo' estar em um lugar público onde 'a gente' se acercava para vê-lo." Então, por isso teve que trasladar-se urgentemente a Camp David para isolar-se de seu povo.
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A questão é que Obama, apesar de que é o atual comandante-em-chefe do exército estadunidense e o presidente do império, todavia não controla diretamente toda a maquinaria imperial. Fontes próximas a Washington confirmaram que o Pentágono, através da missão militar (grupo militar) dos Estados Unidos em Honduras, esteve trabalhando com os militares golpistas envolvidos no golpe de Estado contra o Presidente Zelaya. O Comando Sul realiza anualmente cerca de 55 manobras com as forças armadas de Honduras. A missão militar da embaixada dos Estados Unidos em Tegucigalpa financia às forças armadas de Honduras aproximadamente com dois milhões de dólares cada ano, e isso não inclui os milhões de dólares que Washington envia através de outros programas de cooperação com Honduras e a grande inversão na base militar de Estados Unidos em Soto Cano, Honduras.
texto completo no blog do Velho Comunista

sábado, 11 de julho de 2009

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Serra é premiado na Suiça


Da Agência Estado
Serra ganha prêmio internacional por atuação em Saúde

(…) Em uma sala da ONU em Genebra, Serra recebeu um prêmio de uma entidade internacional e fez um discurso em tom de campanha, enumerando os avanços que conseguiu como ministro da Saúde (1998 a 2002) e apontando como suas políticas de acesso os medicamentos genéricos, que hoje são “exemplos para o mundo”.

Do Blog Cidadania.com
Premiação de Emergência

Fui pesquisar quem é a World Family Organization (WFO). Nem consta verbete na Wikipédia. Quase não há referências à organização na internet. É apenas uma das milhares de ONGs ligadas à ONU espalhadas pelo planeta.

Apesar de a notícia do Estadão induzir o leitor a acreditar que o governador paulista foi premiado pelas Nações Unidas, não é nada disso. A premiação é de exclusiva responsabilidade da ONG.
Os leitores, hein… Vejam só, abaixo, o que desencavaram sobre essa história dessa ONG que “premiou” Serra um dia depois de Lula ter sido premiado pela ONU.

A Presidente da WFO é brasileira (Dr. Deisi Noeli Weber Kusztra). O escritório da presidência fica em Curitiba.

Quem quiser pode olhar o link. Clique aqui.
Jailton | Araraquara - SP | Técnico em eletrônica

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Monstro Tristonho


O Vendedor de Bananas já tinha alertado em maio deste ano para os golpes baixos do geógrafo da USP que virou coqueluche da mídia corporativa por se posicionar sempre ao lado da Elite Branca.
Obviamente que o Vendedor não está sozinho nessa luta e por isso reproduzo o texto do Professor de Antropologia Kabengele Munanga (também da USP), publicado na Afropress.


Kabenguele responde a Magnolli
Por: Kabenguele Munanga - 3/7/2009

Manifestação do professor Kabengele Munanga acerca da matéria “Monstros tristonhos” publicada no jornal O Estado de S. Paulo de 14 maio de 2009, de autoria de Demétrio Magnoli.

Em matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo de 14 maio de 2009 (http://arquivoetc. blogspot. com/2009/ 05/demetrio- magnoli-monstros -tristonhos. html), intitulada “Monstros tristonhos”, o geógrafo Demétrio Magnoli critica e acusa agressivamente as Universidades Federais de Santa Maria (UFSM) e de São Carlos (UFSCAR) e também a mim, Kabengele Munanga, Professor do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

As duas universidades são criticadas e acusadas por terem, segundo o geógrafo, criado ”tribunais raciais” que rejeitam as matrículas de jovens mestiços que optam pelas cotas raciais. No caso da Universidade Federal de Santa Maria, trata-se apenas de Tatiana de Oliveira, cuja matrícula foi cancelada menos de um mês após o início do curso de Pedagogia.. No caso da Universidade Federal de São Carlos, trata-se do estudante Juan Felipe Gomes. O acusador acrescenta que um quarto dos candidatos aprovados na UFSCAR pelo sistema de cotas raciais neste ano de 2009 teve sua matrícula cancelada pelo “tribunal racial” dessa universidade.

A questão que se põe é saber se além desses estudantes, cujas matrículas foram canceladas, outros alunos mestiços ingressaram em cerca de 70 universidades públicas que aderiram à política de cotas. Se a resposta for afirmativa, os que tiveram sua matrícula cancelada constituem casos raros ou excepcionais que mereceriam a atenção não apenas de Demétrio Magnoli, mas também de todas as pessoas que defendem a justiça e a igualdade de tratamento.

Mas por que esses casos raros, que constituem uma exceção e não a regra, foram “injustiçados” pelas comissões de controle formadas nessas universidades para evitar fraudes, comissões que o sociólogo Demétrio rotula de “tribunais raciais”? Por que só eles? Por que não ocorreu o mesmo com os outros mestiços aprovados? Houve realmente injustiça racial ou erro humano na avaliação da identidade física dessas pessoas que foram simplesmente consideradas brancas e não mestiças apesar de sua autodeclaração? Os erros humanos, quando são detectados, devem ser corrigidos pelos próprios humanos, como o foi no caso dos estudantes gêmeos da UnB. As injustiças, flagrantes ou não, devem ser apuradas e julgadas pela própria justiça que, num estado democrático de direito como o Brasil, deverá prevalecer. Acho que os estudantes Tatiana de Oliveira e Juan Felipe Gomes, e tantos outros que o sociólogo menciona sem entretanto nomeá-los, devem procurar um advogado para defender seus direitos se estes tiverem sido efetivamente violados pelos chamados “tribunais raciais”. Entendo que o geógrafo Demétrio tenha pena deles, considerando a sua sensibilidade humana.

Se realmente houve erro humano na verificação da identidade desses estudantes, a explicação não está na citação intencionalmente deturpada de algumas linhas extraídas de um texto introdutório de três páginas ao livro de Eneida de Almeida dos Reis, intitulado MULATO: negro-não-negro e/ou branco-não-branco, publicado pela Editora Altara, na Coleção Identidades, São Paulo, em 2002.

Veja como é interessante a estratégia de ataque do geógrafo Demétrio Magnoli. Ele escondeu de seus leitores o título do livro de Eneida de Almeida dos Reis, assim como a casa editora e a data de sua publicação para evitar que possíveis interessados pudessem ter acesso à obra para averiguar direta e pessoalmente o fundamento das acusações. De fato, ele não disse absolutamente nada sobre o conteúdo desse livro, e passa a impressão de ter lido apenas vinte linhas do total de três páginas da introdução, a partir das quais constrói seu ensaio e sua acusação. Com sua inteligência genuína, acho que ele poderia ter feito uma pequena síntese desse livro para seus leitores; se ele o tivesse mesmo lido, entenderia que nada inventei sobre a ambivalência genética do mestiço que não estivesse presente no próprio título da obra “Mulato: negro-não-negro e/ou branco-não-branco”. Desde quando a palavra ambivalência é sinônimo de “monstro tristonho”? Estamos assistindo à invenção, pelo geógrafo, de novos verbetes dos dicionários da língua portuguesa?

O livro de Eneida de Almeida dos Reis resultou de uma pesquisa para dissertação de mestrado defendida na PUC de São Paulo sob a orientação de Antonio da Costa Ciampa, Professor do Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia da PUC São Paulo. Ele foi convidado a fazer a apresentação do livro, na qualidade de professor orientador, e eu para escrever a introdução, na qualidade de ex-professor na disciplina “Teorias sobre o racismo e discursos antirracistas”, ministrada no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da USP. O livro se debruça sobre as peripécias e dificuldades vividas pelos indivíduos mestiços de brancos e negros, pejorativamente chamados mulatos, no processo de construção de sua identidade coletiva e individual, a partir de um estudo de caso clínico. É uma pena que nosso crítico acusador não tenha tido a coragem de apresentar a seus leitores o verdadeiro conteúdo desse livro, resultado de uma meticulosa pesquisa acadêmica, e não da minha fabulação.

Para entender porque essas pessoas mestiças foram consideradas brancas, apesar de terem declarado sua afrodescendência, é preciso voltar ao clássico “Tanto preto quanto branco: estudos de relações raciais”, de Oracy Nogueira (São Paulo: T.A. Queiroz, 1985). Se o geógrafo Demétrio tivesse lido esse livro, acredito que teria entendido porque as pessoas brancas que possuem algumas gotas de sangue africano são consideradas pura e simplesmente negras nos Estados Unidos – apesar de exibirem uma fenotipia branca – e brancas no Brasil. Ensina Nogueira que a classificação racial brasileira é de marca ou de aparência, contrariamente à classificação anglo-saxônica que é de origem e se baseia na “pureza” do sangue. Do ponto de vista norteamericano, todos os brasileiros seriam, de acordo com as pesquisas do geneticista Sergio Danilo Pena, considerados negros ou ameríndios, pois todos possuem, em porcentagens variadas, marcadores genéticos africanos e ameríndios, além de europeus, sem dúvida. Quando essas pessoas fenotipicamente brancas e geneticamente mestiças se consideram ou são consideradas brancas no decorrer de suas vidas e assumem, repentinamente, a identidade afrodescendente para se beneficiar da política das cotas raciais, as suspeitas de fraude podem surgir. Creio que foi o que aconteceu com os alunos cujas matrículas foram canceladas na UFSM e na UFSCAR. Se não houver essa vigilância mínima, seria melhor não implementar a política de cotas raciais, porque qualquer brasileiro pode se declarar afrodescendente, partindo do pressuposto de que a África é o berço da humanidade..

Lembremo-nos de que no início dos debates sobre as cotas colocava-se a dificuldade de definir quem é negro no Brasil por causa da mestiçagem. Falsa dificuldade, porque a própria existência da discriminação racial antinegro é prova de que não é impossível identificá-lo. Senão, o policial de Guarulhos não teria assassinado o jovem dentista identificado como negro pelo cidadão branco assaltado, e os zeladores de todos os prédios do Brasil não teriam facilidade para orientar os visitantes negros a usar os elevadores de serviço. Por sua vez, as raras mulheres negras moradoras dos bairros de classe média não seriam constantemente convidadas pelas mulheres brancas, quando se encontram nos elevadores, para trabalhar como domésticas em suas casas. Existem casos duvidosos, como o dos alunos em questão, que mereceriam uma atenção desdobrada para não se cometer erros humanos, mas não houve dúvidas sobre a identidade da maioria dos estudantes negros e mestiços que ingressaram na universidade através das cotas.

Bem, o geógrafo Demétrio Magnoli leva ao extremo a acusação a mim dirigida quando me considera um dos “ícones do projeto da racialização oficial do Brasil”. Grave acusação! Infelizmente, ele não deu nomes a outros ícones. Nomeou apenas um deles, cuja obra não leu, ou melhor, demonstra não ter lido. Mas por que só o meu nome mencionado? Porque sou o mais fraco, pelo fato de ser brasileiro naturalizado, ou o mais importante, por ter chegado ao ponto mais alto da carreira acadêmica? Isso parece incomodá-lo bastante! Um negro que chegou lá, ao topo da carreira acadêmica, numa das melhores universidades do país, mas nem por isso esse negro deixou de ser solidário, pois milita intelectualmente para que outros negros, índios e brancos pobres tenham as mesmas oportunidades.

De acordo com as conclusões assinaladas no livro de Eneida de Almeida dos Reis, muitos mestiços têm dificuldades para construir sua identidade por causa da ambivalência (Mulato: negro-não-negro e/ou branco-não-branco) , dificuldades que eles teriam superado se tivessem política e ideologicamente assumido uma de suas heranças, ou seja, a sua negritude, que é o ponto nevrálgico de seu sofrimento psicológico. Se o sociólogo acusador tivesse lido este livro e refletido serenamente sobre suas conclusões, ele teria percebido que não alimento nenhum projeto ou plano de ação para suprimir a mestiçagem no Brasil. Isto só pode ser chamado de masturbação ideológica, e não de análise sociológica, nem geográfica! Como seria possível suprimir a mestiçagem, que é um fato fundamental da história da humanidade, desafiando as leis da genética e a vontade dos homens e das mulheres que sempre terão intercursos interraciais? Nem o autor do ensaio sobre as desigualdades das raças humanas, Arthur de Gobineau, chegou a acreditar nessa possibilidade. Se as leis segregacionistas do Sistema Jim Crow no Sul dos Estados Unidos e do Apartheid na África do Sul não conseguiram fazê-lo, os ícones da racialização oficial do Brasil, entre os quais nosso colega me situa, terão esse poder mágico e milagroso que ele lhes atribui?

Entrando na vida privada, gostaria que o sociólogo soubesse que tenho um filho e uma neta mestiços que não são monstros tristonhos como ele pensa, pois são educados para assumir sua negritude e evitar assim os graves problemas psicológicos apontados na obra de Eneida de Almeida Dos Reis, através da indefinida personagem Maria, (ver p.39-100). Como se pode dizer que os mestiços são geneticamente ambivalentes e que política e ideologicamente não podem permanecer nessa ambivalência e ser por isso taxado de charlatão acadêmico? Creio que se trata apenas de uma reflexão que decorre das conclusões do próprio livro e que de per si não constituiria nenhum charlatanismo. Não seria um contra-senso e um grave insulto à USP que esse “charlatão acadêmico” tenha chegado ao topo da carreira acadêmica? E que tenha orientado dezenas de doutores hoje professores nas grandes universidades brasileiras, como a USP, UNICAMP, UNESP, UFMG, UFF, UFRJ, Universidade Federal de Goiás, Universidade Federal de São Luiz do Maranhão, Universidade Estadual de Londrina, Universidade Candido Mendes, PUC de Campinas, etc. Creio que, salvo o geógrafo Demétrio, os que me conhecem através de textos que escrevi, de minhas aulas e de minhas participações nos debates sociais e intelectuais no país e no exterior, não me atribuiriam esse triste retrato.

Disse ainda o geógrafo Demétrio que “do ponto mais alto da carreira universitária, o antropólogo professa a crença do racismo científico, velha de mais de um século, na existência biológica de raças humanas, vestindo-a curiosamente numa linguagem decalcada da ciência genética”. Sinceramente, não entendo como Demétrio conseguiu tirar tanta água das pedras. Das 20 linhas extraídas, de maneira deturpada, de um texto de três páginas de introdução, ele conseguiu dizer coisas horríveis, como se tivesse lido tudo que escrevi durante minha trajetória intelectual sobre o racismo antinegro. A colonização da África, contrariamente às demais colonizações conhecidas na história da humanidade, foi justificada e legitimada por um corpus teórico-cientí fico baseado nas idéias evolucionistas e racialistas produzidas na modernidade ocidental. Teria algum sentido para mim, que milito contra o racismo, professar o racismo científico para lutar contra o racismo à brasileira? Acho que nosso geógrafo quer me transformar num demente que não sou. As pessoas que leram seu texto no jornal O Estado de S. Paulo podem pensar que eu sou esse negro ex-colonizado que professa as mesmas idéias do racismo científico que postulou a inferioridade e a desumanidade dos africanos, incluída a dele mesmo. Como entender que meus alunos de Pós-graduação, a quem ensino há vinte anos “As teorias sobre o racismo e discursos antirracistas”, uma disciplina freqüentada por alunos da USP, de outras universidades e outros estados, têm a coragem de ocupar um semestre inteiro para escutar profissões de fé em favor do racismo científico?

Se o geógrafo Demétrio quer saber mais sobre mim, ingressei na Faculdade em 1964, aos vinte e dois anos de idade. Tive aulas de Antropologia Física com um dos melhores biólogos e geneticistas franceses, Jean Hiernaux. Uma das primeiras coisas que ele me ensinou era que a raça não existe biologicamente. Através de suas aulas, li François Jacob, Nobel de Fisiologia (1965) e um dos primeiros franceses a decretar que a raça pura não existe biologicamente; e J.Ruffie, Albert Jacquard e tantos outros geneticistas antirracistas dessa época. Portanto, sei muito bem, e bem antes de Demétrio que o racismo não pode ter mais sustentação científica com base na noção das raças superiores e inferiores, que não existem biologicamente. Sei muito bem que o conteúdo da raça enquanto construção é social e político. Ou seja, a realidade da raça é social e política porque tivemos na história da humanidade povos e milhões de seres humanos que foram mortos e dominados com justificativa nas pretensas diferenças biológicas. Temos em nosso cotidiano, pessoas discriminadas em diversos setores da vida nacional porque apresentam cor da pele diferente. Nosso sistema educativo é eurocêntrico e nossos livros didáticos são repletos de preconceitos por causa das diferenças. Não sou um novato que ingressou ontem na universidade brasileira. No Brasil, fui introduzido ao pensamento racial nacional por grandes mestres, como João Baptista Borges Pereira, que foi meu orientador no doutoramento, Florestan Fernandes, Octavio Ianni, Oracy Nogueira, entre outros. Não sei onde estava Demétrio nessa época e em que ano ele descobriu que a raça não existe. Acho um exagero querer me dar lição de moral sobre coisas que eu conheço muito antes dele. Isto não quer dizer que ele não possa me ensinar temas pertinentes à geografia, como por exemplo, o que se pode ler em seu livro sobre a África do Sul – “Capitalismo e Apartheid”, publicado pela Editora Contexto, São Paulo, 1998, que oferece algumas informações interessantes sobre a história do sistema do apartheid. Esse livro faz parte da bibliografia recomendada na disciplina ministrada na Graduação, não obstante algumas incorreções históricas nele contidas.

Um dos maiores problemas da nossa sociedade é o racismo, que, desde o fim do século passado, é construído com base em essencializações sócio-culturais e históricas, e não mais necessariamente com base na variante biológica ou na raça. Não se luta contra o racismo apenas com retórica e leis repressivas, não somente com políticas macrossociais ou universalistas, mas também, e, sobretudo, com políticas focadas ou específicas em benefício das vítimas do racismo numa sociedade onde este é ainda vivo. É neste sentido que faço parte do bloco dos intelectuais brancos e negros que defendem as políticas de ação afirmativa e de cotas para o acesso ao ensino superior e universitário. Na cabeça e no pensamento de Demétrio Magnoli, todos os que fazem parte desse bloco querem racializar o Brasil, e isso faz parte de um projeto e de um plano de ação. Que loucura!

Defendemos as cotas em busca da igualdade entre todos os brasileiros, brancos, índios e negros, como medidas corretivas às perdas acumuladas durante gerações e como políticas de inclusão numa sociedade onde as práticas racistas cotidianas presentes no sistema educativo e nas instituições aprofundam cada vez mais a fratura social. Cerca de 70 universidades públicas estaduais e federais que aderiram à política de cotas sem esperar a Lei ainda em tramitação no Senado entenderam a importância e a urgência dessa política. Acontece que essas universidades não são dirigidas por negros, mas por compatriotas brancos que entendem que não se trata do problema do negro, mas sim do problema da sociedade, do seu problema como cidadão brasileiro. Podemos dizer que todos esses brancos no comando das universidades querem também racializar o Brasil, suprimir os mestiços e incentivar os conflitos raciais? Afinal, podemos localizar os linchamentos e massacres raciais nos Estados onde se encontram as sedes das universidades que aderiram às cotas? Tudo não passa de fabulações dos que gostariam de manter o status quo e que inventam argumentos que horrorizam a sociedade. Quem está ganhando com as cotas? Apenas os alunos negros ou a sociedade como um todo? Quem ingressou através das cotas? Apenas os alunos negros e indígenas ou entraram também estudantes brancos da escola pública?

Concluindo, penso que existe um debate na sociedade que envolve pensamentos, filosofias e representações do mundo, ideologias e formações diferentes. Esse pluralismo é socialmente saudável, na medida em que pode contribuir para a conscientização de seus membros sobre seus problemas e auxiliar a quem de direito, o legislador e o executivo, na tomada de decisões esclarecidas. Este debate se resume a duas abordagens dualistas. A primeira compreende todos aqueles que se inscrevem na ótica essencialista, segundo a qual a humanidade é uma natureza ou uma essência e como tal possui uma identidade genérica que faz de todo ser humano um animal racional diferente dos demais animais. Eles afirmam que existe uma natureza comum a todos os seres humanos em virtude da qual todos têm os mesmos direitos, independentemente de suas diferenças de idade, sexo, raça, etnias, cultura, religião, etc. Trata-se de uma defesa clara do universalismo ou do humanismo abstrato, concebido como democrático. Considerando a categoria raça como uma ficção, eles advogam o abandono deste conceito e sua substituição pelos conceitos mais cômodos, como o de etnia. De fato, eles se opõem ao reconhecimento público das diferenças entre brancos e não brancos. Aqui temos um antirracismo de igualdade que defende os argumentos opostos ao antirracismo de diferença. As melhores políticas públicas, capazes de resolver as mazelas e as desigualdades da sociedade, deveriam ser somente macro-sociais ou universalistas. Qualquer proposta de ação afirmativa vinda do Estado que introduza as diferenças para lutar contra as desigualdades, é considerada, nessa abordagem, como um reconhecimento oficial das raças e, conseqüentemente, como uma racialização do Brasil, cuja característica dominante é a mestiçagem. Ou, em outras palavras, as políticas de reconhecimento das diferenças poderão incentivar os conflitos raciais que, segundo dizem, nunca existiram. Assim sendo, a política de cotas é uma ameaça à mistura racial, ao ideal da paz consolidada pelo mito de democracia racial, etc. Eu pergunto se alguém pode se tornar racista pelo simples fato de assumir sua branquitude, amarelitude ou negritude? Como se identifica então o geógrafo Demétrio: branco, negro, mestiço ou Demétrio indefinido? Pelo que me consta, ele se identifica como branco, mas não aceita que os negros e seus descendentes mestiços se identifiquem como tais e lutem por seus direitos num país onde são as grandes vítimas do racismo. A menos que ele negue a existência das práticas racistas no cotidiano brasileiro, e as diferenças de cor, sexo, classe e religiões que exigiriam políticas diferenciadas.

A segunda abordagem reúne todos aqueles que se inscrevem na postura nominalista ou construcionista, ou seja, os que se contrapõem ao humanismo abstrato e ao universalismo, rejeitando uma única visão do mundo em que não se integram as diferenças. Eles entendem o racismo como produção do imaginário destinado a funcionar como uma realidade a partir de uma dupla visão do outro diferente, isto é, do seu corpo mistificado e de sua cultura também mistificada. O outro existe primeiramente por seu corpo antes de se tornar uma realidade social. Neste sentido, se a raça não existe biologicamente, histórica e socialmente ela é dada, pois no passado e no presente ela produz e produziu vítimas. Apesar do racismo não ter mais fundamento científico, tal como no século XIX, e não se amparar hoje em nenhuma legitimidade racional, essa realidade social da raça que continua a passar pelos corpos das pessoas não pode ser ignorada.

Grosso modo, eis as duas abordagens essenciais que dividem intelectuais, estudiosos, midiáticos, ativistas e políticos, não apenas no Brasil, mas no mundo todo. Ambas produzem lógicas e argumentos inteligíveis e coerentes, numa visão que eu considero maniqueísta. Poderão as duas abordagens se cruzar em algum ponto em vez de se manter indefinidamente paralelas? Essa posição maniqueísta reflete a própria estrutura opressora do racismo, na medida em que os cidadãos se sentem forçados a escolher a todo momento entre a negação e a afirmação da diferença. A melhor abordagem seria aquela que combina a aceitação da identidade humana genérica com a aceitação da identidade da diferença. Para ser um cidadão do mundo, é preciso ser, antes de mais nada, um cidadão de algum lugar, observou Milton Santos num de seus textos. A cegueira para com a cor é uma estratégia falha para se lidar com a luta antirracista, pois não permite a autodefinição dos oprimidos e institui os valores do grupo dominante e, conseqüentemente, ignora a realidade da discriminação cotidiana. A estratégia que obriga a tornar as diferenças salientes em todas as circunstâncias obriga a negar as semelhanças e impõe expectativas restringentes.

Se a questão fundamental é como combinar a semelhança com a diferença para podermos viver harmoniosamente, sendo iguais e diferentes, por que não podemos também combinar as políticas universalistas com as políticas diferencialistas? Diante do abismo em matéria de educação superior, entre brancos e negros, brancos e índios, e levando-se em conta outros indicadores socioeconômicos provenientes dos estudos estatísticos do IBGE e do IPEA, os demais índices do Desenvolvimento Humano provenientes dos estudos do PNUD, as políticas de ação afirmativa se impõem com urgência, sem que se abra mão das políticas macrossociais.

Não conheço nenhum defensor das cotas que se oponha à melhoria do ensino público. Pelo contrário, os que criticam as cotas e as políticas diferencialistas se opõem categoricamente a qualquer política de diferença por considerá-las a favor da racialização do Brasil. As leis para a regularização dos territórios e das terras das comunidades quilombolas, de acordo com o artigo 68 da Constituição, as leis 10639/03 e 11645/08 que tornam obrigatório o ensino da história da África, do negro no Brasil e dos povos indígenas; as políticas de saúde para doenças específicas da população negra como a anemia falciforme, etc., tudo isso é considerado como racialização do Brasil, e virou motivo de piada.

Convido o geógrafo Demétrio Magnoli a ler o que escrevi sobre o negro no Brasil antes de se lançar desesperadamente em críticas insensatas e graves acusações. Se porventura ele identificar algum traço de defesa do racismo científico em meus textos, se encontrar algum projeto ou plano de ação para suprimir os mestiços e racializar o Brasil, já que ele me acusa de ícone desse projeto, ele poderia me processar na justiça brasileira, em vez de inventar fábulas que não condizem com minha tradicionalmente pública e costumeira postura.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O mundo maravilhoso das intervenções norte-americanas



Extraído do documentário de Michael Moore, Tiros em Columbine

domingo, 5 de julho de 2009

O primeiro Golpe de Estado de Obama

Golpe Militar/Honduras

Em vez de retirar diplomatas de Honduras, o país norte-americano só se limitou a suspender as manobras militares conjuntas / EEUU repudiou o golpe de Estado após sentir pressão dos governos latinoamericanos

Os generais da reserva Melvin López Hidalgo e Alberto Müller Vermelhas denunciaram os vínculos de Washington com o Exército e a direita de Honduras, braços dos Estados Unidos (EEUU) que tiveram um papel importante no golpe de Estado ocorrido no país centroamericano.


López Hidaldo e Müller Vermelhas fizeram esta averiguação, junto ao economista Jesús Farías, no programa "Dando e Dando" transmitida pela Rede Venezuelana de Televisão (VTV).

No programa explicaram que um exemplo disso é a base militar que desde 1970 mantém os Estados Unidos em Soto Cano, Honduras, e que a mesma teve 'um papel fundamental' no golpe que derrubou o presidente legítimo, Manuel Zelaya.

De igual forma, disseram que ao contrário do que têm feito todos os países latinoamericanos de não reconhecer o presidente de facto, Roberto Micheletti, e retirar a seus embaixadores, os Estados Unidos só se limitaram a suspender as manobras militares conjuntas, quando sua presença militar nesse país vai bem mais além do que essas ações.

Assim mesmo, puseram em rede de julgamento ao Governo estadunidense ao assinalar que esse país só repudiou o golpe de Estado após sentir pressão dos governos latinoamericanos.

Müller Vermelhas reafirmou esta teoria ao explicar que os militares em Honduras 'não funcionam sem consultar aos assessores presentes no país' que 'estão em todos os níveis da hierarquia militar hondurenha', assessores estes norteamericanos.

Por sua vez, o economista Jesús Farías assinalou que o modelo inesperadamente aplicado pelos Estados Unidos é tão evidente e "calcográfico" que se repetiu de igual forma e teor em vários países da América.

'A história repete-se como em Chile, Argentina, Nicarágua ou Venezuela. Por trás da oligarquia nacional, a qual não se aceita a que o povo tome as rédeas de seu destino, têm movido seus fios a Agência Central de Inteligência (CIA) e os graduados da Escola das Américas', disse.

Assinalou que a vinculação dos Estados Unidos é tão forte que Barack Obama se viu obrigado a usar uma 'linguagem confusa' sobre o golpe militar em Honduras e qualificou de 'imprecisas e escuras' as primeiras reações de Washington depois do seqüestro e deportação de Zelaya.

[Com informação da ABN - Agencia Bolivariana de Notícias]- recomendada pelo Hudson Lacerda

Em:
http://kantoximpi.blogspot.com/2009/07/extra-estados-unidos-estao-envolvidos.html
http://www.bodegacultural.com/2009/07/extra-estados-unidos-estao-envolvidos.html