domingo, 19 de julho de 2009

As cinco regras da propaganda de guerra

"Cale a sua boca! Nós bombardearemos quem a gente quiser!
Ou você está conosco ou com os terrosistas"



Extraído do Blog do Bentes

Roteiro para descodificar a informação
Por Michel Collon, em seu sítio eletrônico.

Em cada guerra, golpe de Estado ou agressão efetuada pelo Ocidente, os grandes media aplicam estas cinco "regras da propaganda de guerra". Utilize esta grelha de leitura nos próximos conflitos. Ficará impressionando por reencontrá-las todas as vezes: 1-Esconder a História; 2-Esconder os interesses econômicos; 3-Diabolizar o adversário; 4-Branquear os nossos governos e os seus protegidos; 5-Monopolizar a informação, excluir o verdadeiro debate.


Aplicação ao caso de Honduras

1 - Esconder a História. Honduras é o exemplo perfeito da "república bananeira" nas mãos dos EUA. A dependência e a pilhagem colonial provocaram um enorme fosso entre ricos e pobres. Segundo a ONU, 77% são pobres. O exército hondurenho foi formado e enquadrado – até nos piores crimes – pelo Pentágono. O embaixador estado-unidense John Negroponte (1981-1985) era chamado "o vice-rei de Honduras".

2 - Esconder os interesses econômicos. Hoje, as multinacionais estado-unidenses (banana Chiquita, café, petróleo, farmácia, ...) querem impedir este país de conquistar a sua independência económica e política. A América do Sul une-se e vira à esquerda, mas Washington quer impedir que a América Central siga pelo mesmo caminho.

3 - Diabolisar o adversário. Os media acusaram o presidente Zelaya de pretender fazer-se reeleger para preparar uma ditadura. Silêncio sobre os seus projetos sociais: aumento do salário mínimo, luta contra a hiper-exploração nas fábricas-prisão das firmas estadunidenses, diminuição do preço dos medicamentos, ajuda aos camponeses oprimidos. Silêncio sobre a sua recusa de encobrir os atos terroristas made in CIA. Silêncio sobre a impressionante resistência popular.

4 - Branquear os nossos governos e os seus protegidos. Esconde-se o financiamento do putsch pela CIA. Apresenta-se Obama como neutro quando ele se recusou a encontrar e apoiar o presidente Zelaya. Se ele houvesse aplicado a lei e suprimido a ajuda estadunidense para Honduras, o golpe teria sido rapidamente sufocado. Le Monde e a maior parte dos media branquearam a ditadura militar falando de "conflito entre poderes". As imagens de repressão sangrenta não são mostradas ao público. Logo, um contraste gritante entre a diabolização do Irã e a discrição sobre o golpe de Estado hondurenho "made in CIA".

5. Monopolizar a informação, excluir o verdadeiro debate. A palavra é reservada às fontes e peritos "aceitáveis" para o sistema. Toda a análise crítica sobre a informação é censurada. Assim, os nossos media impedem um verdadeiro debate sobre o papel da multinacionais, dos EUA e da UE no subdesenvolvimento da América Latina. Em Honduras, os manifestantes gritam "TeleSur! TeleSur!" para saudar a única televisão que os informa corretamente.

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