quinta-feira, 30 de abril de 2009

Gripe suína, quando a imprensa faz jogo sujo

do blog sindicalismo e cultura

Novamente, a mídia comercial sensacionalista, liderada pela Rede Bobo, cria alarme e deixa de fazer sua missão central, a de informar corretamente. O caso da chamada gripe suína é mais um exemplo disso.
Nos últimos dias já se falou muito sobre a tal gripe, as supostas mortes causadas, o pânico que se generalizou em aeroportos. Levam a crer que é mais uma das pragas do terceiro mundo incivilizado, que não habla inglês.
O que nossa isenta mídia não fala, divulga ou investiga são as reais origens da doença, que tem como epicentro o estado Veracruz, no México. Mas, por que será que começou lá, perguntaria qualquer estudante de jornalismo?
No estado de Veracruz está instalada a Granja Carroll, complexo fazendário que cria e comercializa cerca de 650 mil porcos anualmente. Um dos primeiros casos de gripe suína no México afetou Edgar Hernandez, de quatro anos, morador da localidade de La Gloria, a 8,5 km de uma unidade de criação de porcos da Carroll, em Perote. O diretor da empresa, Víctor Manuel Ochoa, nega a acusação e diz já ter solicitado inspeção da FAO (fundo para alimentação e agricultura da ONU).
Mas quem detém o controle dessa tal Granja Carroll, que fica muito próxima de onde começaram os casos de gripe, que cria milhares de porcos, mas que nada tem a ver com a tal epidemia? Ora, é apenas a Smithfield Foods, maior empresa do mundo em produção e comercialização de carne suína. Agora a história começa a fazer sentido. De fato, não há interesse da mídia de investigar uma multinacional estadunidense, grande anunciante.
Segundo relatos que correm pela internet de moradores da região mexicana afetada, os porcos da granja Carroll produzem imensas quantidades de dejetos fecais e orgânicos que são acumulados ao ar livre. Faça um esforço de imaginação: 650 mil porcos cagando ao ar livre, multiplicados pela quantidade de moscas que se acumulam nas fezes, com reflexos nos rios da região ao lado de comunidades pobres como Perote. Não precisa ser especialista para prever os perigos de tal equação.
Enquanto os empresários negam e a imprensa comercial esconde, e se preocupa com reflexos no turismo e no movimento de aeroportos, pessoas morrem vítimas, outra vez, da ganância pelo lucro acima de qualquer fosso de decência.

Homo Supremus

Charge do Aroeira no blog do Glauco Cortez

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Folha torce pela pandemia da gripe



Caro leitor, faça o teste do "ctrol+f" e veja do que este vendedor está falando. Confira os resultados do teste "torcendo por uma pandêmia mundial":

Número de vezes que a palavra gripe aparece no portal de cada veículo de comunicação:

"El Mercúrio" Chile - 3 vezes
"La nación" Argentina - 4 vezes
"El Universal" México - 5 vezes
"Folha de São Paulo" Brasil - 13 vezes

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atualização (21:47)

"El Mercúrio" Chile - 4 vezes
"La nación" Argentina - 8 vezes
"El Universal" México - 6 vezes
"Folha de São Paulo" Brasil - 11 vezes



terça-feira, 28 de abril de 2009

Presidentes Lula e Alan Garcia assinam acordos em Rio Branco


foto: ponte da integração Brasil-Peru

RIO BRANCO
- A confirmação de que os principais trechos da Estrada do Pacifico estarão concluídos em 2010 traz a Rio Branco (AC), nesta terça-feira (28), os presidentes e principais empresários e autoridades dos governos do Brasil e do Peru para firmar acordos de colaboração técnica, reduzindo as barreiras fiscais e sanitárias, e outras medidas que viabilizarão o incremento do comércio entre os dois países.

texto completo no DCI

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A história suja da gripe suína



A gripe suína está se espalhando pelo México e soldados patrulham as ruas após confirmação de que ocorreu transmissão do vírus entre seres humanos. O vírus é de um novo tipo que afeta pessoas jovens e saudáveis, trata-se de de uma mistura intercontinental de vírus humano, aviário e suíno provenientes de América, Europa e Ásia.

Indícios de que o vírus pode ser uma criação sintética já estão surgindo.

O diretor médico do município de Dallas, Jonh Carlo disse em entrevista disponível em vídeo: “Esta cepa da influenza suína que tem sido cultivada em laboratórios é algo que nunca foi visto nos Estados Unidos ou no mundo". Vídeo em inglês aqui.

Teorias da conspiração à parte, vamos a um outro fato intrigante:

Uma reportagem da revista alemã LifeGen do dia 25 de fevereiro, afirma que a multinacional Baxter enviou vacinas contaminadas com o vírus da gripe aviária para laboratórios de 3 países por engano.

Outros blogs com posts dedicados ao tema:

Baxter, Tamiflu, Rumsfeld e gripe das aves: Contaminação e tratamento

Abutres e outras aves



domingo, 26 de abril de 2009

Vídeo com assessora de Mendes na CPI pode ampliar crise no STF




A crise no Supremo Tribunal Federal (STF), tornada pública nesta semana após discussão entre os ministros Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes, pode ser ampliada com a provável confirmação de que uma assessora de Mendes foi enviada à CPI dos Grampos, no dia 8 de abril, durante depoimento do delegado Protógenes Queiróz, da Polícia Federal. O jornal Agora, do Rio Grande do Sul, noticiou o caso no último dia 16 e, no dia seguinte, foi questionado pela assessoria de imprensa do Supremo, pedindo explicações sobre a publicação da notícia.



Em resposta, o Agora solicitou então àquela assessoria que confirmasse ou não a suposta presença de uma assessora parlamentar, ligada ao gabinete do ministro Gilmar Mendes, e que informasse quem a teria enviado e com qual missão, mas até ontem não recebeu qualquer retorno. Ontem, o site Conversa Afiada, mantido pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, publicou um vídeo que mostra uma mulher identificada com crachá do Tribunal, durante a sessão da CPI, enviando mensagens de texto. No crachá, pode se ler o nome Dalide. O vídeo pode ser visto no site Youtube (acessível pelo endereço http://tinyurl.com/cgxt6k).


Como adiantou o jornal Agora no dia 16, pessoas que acompanharam a sessão informaram que a assessora vista poderia ser Dalide Alves Correa, assessora-chefe de Articulação Parlamentar da presidência do STF. De acordo com as testemunhas, a assessora passou todo o tempo reportando-se, via celular, a uma terceira pessoa, e enviando mensagens de texto ao presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ). Em dado momento, Itagiba foi chamado fora da sala onde ocorria a sessão. Lá, teria travado um diálogo com a mulher, que dizia para ele "apertar o delegado" que ele iria "acabar cedendo".


A trajetória de Dalide Correa tem pontos em comum com Gilmar Mendes. Em 2006, durante a CPI dos Bingos, o subprocurador-geral da República Moacir Guimarães Morais Filho disse ter estranhado que tanto a Caixa Econômica Federal (na qual Dalide era superintendente jurídica) como a Advocacia Geral da União (nessa época Gilmar Mendes era o Advogado-Geral da União) tenham se “omitido” na tentativa de reverter decisões judiciais contrárias à instituição financeira e em favor da multinacional Gtech, entre 2002 e 2003. Ele estimou que essa “acomodação” dos dois órgãos federais, durante o governo FHC, tenha causado prejuízo aos cofres da Caixa no valor de R$ 235 milhões.


Nos últimos anos, Dalide Correa tem transitado por diversos cargos públicos de livre nomeação, por indicação política. Em 2008, ela era Procuradora-Geral da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Quando Gilmar Mendes assumiu a presidência do STF, ela acompanhou o ministro, sendo guindada ao cargo que ocupa hoje no Supremo Tribunal.


A presença de uma assessora do Tribunal na sessão da CPI que ouvia o delegado responsável por prender o banqueiro Daniel Dantas pode aprofundar ainda mais a crise no STF. O ministro Barbosa acusou o presidente da Corte de estar "destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro", e aconselhou Mendes a "ir para a rua", para ouvir a opinião pública, que tem visto com reservas a atuação de Mendes no caso do banqueiro. Mendes mandou soltar Dantas duas vezes em menos de 48 horas, além de mandar abrir uma representação contra o juiz federal Fausto de Sanctis, que decretou as duas ordens de prisão. Além disso, logo após as prisões, Mendes (que acumula o cargo de presidente do Conselho Nacional de Justiça) fez aprovar uma súmula criminalizando o uso de algemas pela polícia, agora permitidas apenas em casos excepcionais.


Outra crítica ao presidente do Supremo é de que suas declarações à mídia contra a participação da Abin na Operação Satiagraha favorecia a defesa do banqueiro, que tenta anular o processo. Na mesma linha, Mendes endossou tese da revista Veja sobre um suposto grampo de uma conversa envolvendo ele e o senador Demóstenes Torres (DEM-PA), sobre o qual até hoje não apareceu qualquer indício que apontasse possível veracidade do fato. Apesar deste ativismo, no qual abriu mão da neutralidade esperada de um magistrado, em nenhum momento Mendes aproveitou os espaços da mídia para censurar a conduta do banqueiro, condenado em primeira instância por tentativa de suborno e que se vangloriava de ter "facilidades" no STJ e no STF.


Fonte: Agora (RS)


quinta-feira, 23 de abril de 2009

Seis juízes do STF trabalham para Gilmar



Atualizado em 23 de abril de 2009 às 22:53 | Publicado em 23 de abril de 2009 às 21:41

Mário de Oliveira (23/04/2009 - 21:04)
Você já entrou no site do IDP - Instituto Brasiliense de Direito Público, que é de propriedade do Ministro Gilmar Mendes?
Entre os professores desse instituto estão os senhores Eros Roberto Grau, Marco Aurélio Mendes de Faria Mello, Carlos Ayres Britto, Carlos Alberto Menezes Direito e a senhora Cármen Lúcia Antunes Rocha (cinco Ministros do Supremo). Ou seja, alguns dos Ministros do Supremo também são funcionários, empregados, prestadores de serviço ou contratados, seja lá como possa ser definida legalmente, a relação deles com o IDP do Presidente do Supremo. Também está na relação o Ministro Nelson Jobim.

Será que não estariam ética e moralmente impedidos de se manifestarem acerca do entrevero Joaquim Barbosa X Gilmar Mendes? Nesse caso, não há conflito de interesses já que de alguma maneira os citados têm relação com Presidente do Supremo que envolve remuneração?

Ps do site: O comentarista não notou, mas o senhor Cezar Peluso trabalha para Gilmar e é também ministro do STF.

A lista dos professores do IDP está aqui

Extraído de:

http://www.viomundo.com.br/denuncias/mario-de-oliveira-seis-juizes-do-stf-trabalham-para-gilmar/

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Joaquim Barbosa acusa Gilmar Mendes de "destruir" a Justiça brasileira


Diálogo registrado no Supremo Tribunal Federal hoje à tarde, de acordo com O Globo:

Joaquim Barbosa -- Vossa Excelência está destruindo a Justiça deste país. Saia à rua, Gilmar.

Gilmar Mendes -- Estou na rua.

Joaquim Barbosa -- Vossa Excelência não está na rua, Vossa Excelência está na mídia, destruindo a credibilidade da Justiça brasileira. Vossa Excelência não está falando com seus capangas do Mato Grosso.

Gilmar Mendes - Vossa Excelência me respeite.

Vi o Mundo


segunda-feira, 20 de abril de 2009

Lado a lado

Luis Fernando Veríssimo
na coluna de O Globo
05/04/09


Encosto ou não encosto? Só o joelho. O que pode acontecer? Ela dizer “Mr. Lula, please!” Aí eu recolho o joelho, peço desculpas, “aimsórri, aimsórri” e pronto. Se eu soubesse falar inglês, explicaria. Sabe o que é, Elizabeth? Eu estava aqui pensando: quando é que, lá em Pernambuco, eu ia imaginar que um dia estaria sentado ao lado da rainha da Inglaterra? Não sei quem é que me botou aqui para tirar esta fotografia do G-20. Não acho que tenha sido um pedido seu, “Quero o bonitinho de barba à minha esquerda”. Claro que não. Mas o fato é que estou aqui e o Barack está aí atrás em algum lugar, de pé e se perguntado o que eu tenho que ele não tem. O Sarkozy não deve nem estar aparecendo. Ficou atrás da Merkel e não vai sair na foto. E eu aqui ao seu lado, na primeira fila. Isto significa muito, viu Elizabeth? Lá na minha terra vai ter gente se mordendo de raiva. Onde já se viu, aquele retirante nordestino que nem fala direito sentado à esquerda da rainha da Inglaterra?
Quando eu me elegi muita gente ficou horrorizada: como é que vai ser quando ele, um torneiro mecânico, tiver que nos representar num jantar oferecido, por exemplo, pela coroa inglesa? Vai ser servido na cozinha, para não dar vexame na escolha dos talheres. E aqui estou eu, sentado ao lado – com todo o respeito – da coroa inglesa em pessoa.

Se foi o protocolo que me botou aqui, ele acertou, viu Beth? Você, queira ou não, não é só a rainha dos ingleses, é, simbolicamente, a rainha de todos os loiros de olhos azuis do mundo, incluindo o Barack. De todos os bandidos que causaram esta crise e hoje nos infernizam a vida. E, de certo modo, eu sou o seu oposto. Sou uma espécie de rei republicano dos não-loiros do mundo – ou pelo menos deve ter sido essa a ideia do protocolo aos nos botar lado a lado. Todos os outros chefes de Estado desta fotografia seriam dispensáveis. A foto poderia ser só de nós dois e estariam todos representados. E isto significa outra coisa também, viu Beth? Eu não me contentei em ter nascido na miséria, no Nordeste, e quis mais. Não me contentei em ser um torneiro mecânico em São Paulo e quis mais. Não me contentei em ser um líder sindical e quis mais. Não me contentei em perder eleição atrás de eleição, insisti e acabei presidente.

Agora estou aqui, lado a lado com a rainha da Inglaterra, num dos pontos mais altos da minha carreira, e também quero mais. Por isso minha perna se moveu e meu joelho encostou no seu. De certa forma, o movimento da minha perna foi o passo final da caminhada que começou em Pernambuco, tantos anos atrás. Já que, ao contrário de você, Beth, não posso ficar no poder para sempre.


domingo, 19 de abril de 2009

Band: Canal Livre para puxar o saco



O "Canal Livre" da TV Bandeirantes definitivamente se consolida como o programa mais puxa-saco do candidato a candidato pelo PSDB José Serra.
Nessa madrugada, o que era para ser um mero programa informativo sobre os distúrbios do sono, tornou-se uma oportunidade para que Joelmir Beting e sua trupe bajulassem 'de leve' seu mestre.
Destacaram pela enésima vez os hábitos noturnos de Serra, na manjadíssima tentativa de construir uma imagem de "workaholic" do governador.
Mas não foi só Serra que foi lembrado como um grande notívago; Artur Virgílio confessou que sua cama virou território hostil.
Pudera, com a falta de rumo da oposição, eu no lugar do senador também teria dificuldades para dormir.
Quanto ao Serra, é fartamente sabido que os vampiros são de fato criaturas de hábitos noturnos.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Cheiro de podre na merenda escolar de Kassab

do blog do Favre

Pensa que acabou? Enquanto roubam comida das crianças, toneladas de alimento apodrecem em depósito da prefeitura:




Ainda não acabou não! Mais da gestão Kassab aqui e aqui.

“The Economist” reconhece equívoco das privatizações da era FHC


http://desempregozero.org/2009/04/16/agora-que-saiu-no-the-economist-eu-acredito/

Matéria da revista inglesa The Economist publicada na semana passada reconhece o equívoco de um dos principais pilares do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB): a venda indiscriminada de empresas e bancos estatais. No texto, a publicação afirma que até há pouco tempo no Brasil, acreditava-se que um fatores prejudiciais à economia brasileira seria a influência estatal no setor financeiro. Segundo a revista, entretanto, esse controle estatal é o que dá hoje ao País uma situação favorável perante os demais países e, diante da crise mundial, confere uma “situação favorável incomum ao Brasil”.

A matéria se refere à manutenção da gestão estatal, por parte do governo Luiz Inácio Lula da Silva, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), instituições financeiras líderes de empréstimos para empresas e que FHC tentou, sem sucesso, privatizar.

“Outros países estão tentando descobrir como alavancar bancos e direcionar o crédito para as necessidades identificadas. Isso é algo que o Brasil faz, inclusive quando não era ‘moda’. Nos bancos privados, as exigências de depósitos e garantias para financiamentos os impediram de correr os riscos financeiros que acabaram por derrubar bancos na Europa e nos Estados Unidos. Até agora, o crédito do Brasil foi ‘mordiscado’, mas não ‘triturado’, destacou o texto.

A matéria também sustenta que, na comparação com seu passado recente e na comparação com outros países, a economia do Brasil está em boa forma. “O FMI
prevê que somente os países em desenvolvimento na Ásia, África e Oriente Médio terão melhores resultados em 2009. Em comparação com o contexto anterior, no qual o Brasil sofria uma parada cardíaca a cada estresse de outras economias, isso é impressionante”, diz o texto.

O texto aponta ainda que as razões para a melhoria do crescimento do País estão fortemente atreladas à melhoria do nível da dívida do setor público, que foi um ponto fraco e agora se mantém abaixo dos 40% do PIB, e a outros fatores. “Os empréstimos em moeda estrangeira foram trocados principalmente por títulos em reais. Além disso, o País acumulou US$ 200 bilhões em reservas internacionais para defender o real; seu déficit em conta corrente é pequeno e, o mais importante, a crise não está aumentando a inflação. Isso permite que o Banco Central reduza a taxa básica de juros da economia, permitindo um custo mais barato para a dívida pública. É a primeira vez que o Brasil adota uma política monetária anticíclica”, afirma o texto.

Ao analisar a matéria, o deputado Fernando Ferro (PT-PE) afirmou que o Brasil tem fôlego para enfrentar a crise mundial por conta da resistência contra a onda de privatização que aconteceu na América Latina. “Conseguimos, no Brasil, sustentar como oposição, e com ajuda da reação da sociedade, esse processo de liquidação do patrimônio público. Agora se descobriu, no auge da crise, que é preciso a presença do Estado e estão todos tentando estatizar bancos falidos. Ou seja, transferir recursos públicos para a iniciativa privada”, afirmou.

Segundo ele, a privatização de empresas de energia e de telecomunicações no governo FHC teve consequências desastrosas. “Hoje nos deparamos com as maiores tarifas de energia elétrica do mundo e temos problemas com altas tarifas da comunicação por celular. Foram justamente as duas áreas privatizadas pelo governo anterior. O governo Lula conseguiu evitar a tragédia maior que teria sido a dilapidação da estrutura pública do Brasil”.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Laudo vê superfaturamento na obra do Rodoanel


16/04/2009

Adriana Ferraz
do Agora

Denúncias de superfaturamento na construção do trecho sul do Rodoanel apontam prejuízo de R$ 184,4 milhões aos cofres públicos. Segundo relatório de técnicos do TCU (Tribunal de Contas da União), a obra teve a compra de itens com valor, em média, 30% acima dos preços usados como referência no orçamento.

A auditoria, realizada entre maio e julho de 2008, também aponta alterações no projeto básico. Para reduzir os custos, ainda segundo o TCU, as empresas contratadas alteraram métodos construtivos com redução no número de vigas usadas em pontes, substituição de estacas metálicas por pré-moldadas e troca de areia por brita em muros de contenção, por exemplo.

Assim, usaram menos material na construção, mas receberam o mesmo dinheiro, segundo o documento.

Para o TCU, as irregularidades são "graves" e resultam numa "combinação altamente danosa às finanças" da União --a obra é resultado de uma parceria entre os governos federal e estadual. "O desdobramento do processo pode gerar repactuação contratual, anulação de contrato e ressarcimento de valores." As medidas só poderão ser adotadas após o parecer dos ministros, ainda sem data.

Com custo total de R$ 3,6 bilhões, a obra é dividida em cinco lotes entre a Dersa e consórcios de empreiteiras. Em todos há diferenças entre o preço calculado e o previsto em orçamento. Os itens com os maiores sobrepreços absolutos são compactação de aterro, compra de concreto altamente resistente, transporte de material escavado e limpeza. Na análise unitária, há diferenças de até 111,5%.

O lote 5, assumido pelo consórcio OAS/Mendes Jr., é o que soma a maior quantia sob suspeita: R$ 42,2 milhões. O menor valor (R$ 21,3 milhões) está no lote 3, do consórcio Queiroz Galvão/CR Almeida. Ambos participam também do projeto de ampliação do metrô em São Paulo.

A ponte construída sobre a represa Guarapiranga é citada pelo TCU para exemplificar a redução de custos relativos à quantidade de concreto, por exemplo. A obra, no entanto, não está errada, apenas foi feita sob outro conceito.

Na Billings, as pontes também revelam alterações. Por causa do licenciamento ambiental, o material deveria ser levado ao centro da represa por barcos. A Dersa aterrou parte do manancial para fazer uma "estrada" usada por caminhões. A empresa promete retirar o bloqueio ao acabar os trabalhos.

http://www.agora.uol.com.br/saopaulo/ult10103u551359.shtml

Lula estréia no desenho ‘South Park’

Tem alguém morrendo de inveja... de novo.
Do blog do Luis Hipólito

terça-feira, 14 de abril de 2009

Trajeto do trem-bala do Rio a SP terá oito estações

Estudos da consultoria britânica Halcrow apontam que os 403 quilômetros entre o Rio e a Estação da Luz, no centro de São Paulo, devem ser vencidos em duas horas pelo Trem de Alta Velocidade (TAV). A viagem poderia durar menos, mas o governo quis no trajeto oito estações obrigatórias. A velocidade média do trem deverá ser de 360 km/h. Já se especula até o valor da passagem, cerca de R$ 120 - maior do que cobram os ônibus e praticamente igual à da ponte aérea. A diferença é que em relação ao ônibus o trem é muito mais rápido e, quanto aos aviões, há economia de tempo no trajeto entre a casa e o aeroporto, o que acaba por tornar a viagem mais ágil. Quando entrar em operação, o TAV deverá transportar perto de 22 mil pessoas por dia, ou de 8 milhões a 10 milhões de passageiros por ano.

Em São Paulo, a proposta é ter paradas na Estação Luz (onde já confluem o Metrô e linhas de trem que vão para a região metropolitana), provavelmente no Campo de Marte, no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, e no Aeroporto de Viracopos, em Campinas. A parada final deve ser no centro da última cidade. No Rio, estão previstas estações no Aeroporto Internacional Tom Jobim, uma na Leopoldina ou Central do Brasil e outra na região sul do Estado, numa cidade ainda a ser escolhida. O projeto é complexo, apesar de considerado viável. Há previsão de que grandes batalhas terão de ser travadas com o Ministério do Meio Ambiente até a concessão das licenças ambientais. Só para se ter uma ideia, dos 530 km de trilhos, perto de 130 serão em túneis e viadutos.

Precavida, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já tomou várias providências. Para fazer consultorias sobre questões técnicas, ambientais, jurídicas e de transportes, entre outras, ela autorizou a contratação da Japan Transport Cooperation Association, por R$ 221 mil; Eduardo Augusto de Almeida, por R$ 126 mil; Vitor Bellia, por R$ 90 mil; Julian Gonzalez, R$ 110 mil; Bernard Bahurel, R$ 102 mil; Zamarion e Millen, R$ 90 mil e Marcial, Edpine e Braga Advogados, por R$ 190 mil.

Fonte: http://www.vistolidoouvido.blogspot.com/

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Carros apodrecem perto de represa em São Paulo

Aí está mais uma modalidade do choque de gestão tucano; abandono de veículos em área de mananciais. O óleo e o combustível dos veículos contaminam o solo e a água da represa Guarapiranga, que abastece 4 milhões de pessoas.
Mas a secretaria de segurança pública já levou 50 dos 25 mil carros a leilão, em seis anos (0,2% do total).
Quanta eficiência governador!

Li num portal da mídia corporativa

domingo, 12 de abril de 2009

Carro rápido = pênis pequeno

Não é segredo a utilização de princípios freudianos nos comerciais de carros. Lendo o Panóptico, me inspirei a pesquisar mais sobre o assunto. Dei de cara com o vídeo abaixo:

a legenda diz:
"Velocidade ao volante. Ninguém pensa grande coisa de você"

Prestígio do presidente Lula no exterior

Depois dos elogios de Barack Obama a Lula durante a reunião do G20, O POVO propôs a estrangeiros que escrevessem depoimentos sobre que impressão tinham do presidente do Brasil e qual o prestígio dele nos seus países. Um indiano, um chinês, um português e uma argentina - todos morando em seus respectivos países e sem influência da mídia brasileira - nos responderam topando o desafio.

Os depoimentos, publicados em posts logo abaixo, acompanham reportagem, assinada pelo repórter Paulo Verlaine, publicada no O POVO deste domingo - com exceção do texto da argentina, que chegou após o fechamento da edição. Para ler a reportagem, é só buscar a página 29 do jornal por meio do O POVO Digital: digital.opovo.com.br/reader2.

Fotos: em sentido horário, Manjeet Singh (Índia), Zhi Huang (China), Victoria Ramos (Argentina) e Marco Delgado (Portugal).

matéria completa

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Só Serra não viu "o cara"


do blog do Jamildo

4 de abril de 2009

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse ontem na abertura da 53ª edição do Congresso Estadual de Municípios, em Santos (SP), não ter visto a cena em que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chama o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "o político mais popular da Terra".

Celebrado pelo governo brasileiro, o vídeo foi exibido na internet e o diálogo, reproduzido pelos jornais.

"Não vi. Só ouvi dizer. Não vou comentar", disse Serra hesitante.

Na conversa, ocorrida durante reunião do G-20, em Londres, Obama se refere a Lula como "Meu chapa" ("my man"). E continua: "Eu adoro esse cara! É o político mais popular da Terra."

Observando a conversa, o primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, comenta: "É o político há muito tempo no cargo mais popular da Terra". E Obama conclui: "É porque ele é boa-pinta".

Questionado, num primeiro momento, pelos jornalistas sobre o que achara, Serra respondeu apenas: "Nada". Só depois disse que não vira a cena. Apesar das evasivas de Serra, os tucanos apostam que o afago servirá para manter a popularidade de Lula em alta mesmo em momentos de crise.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

A Teologia da Libertação se propaga, apesar do veto do Vaticano


A Teologia da Libertação se propaga, apesar do veto do Vaticano


Escrito por Envolverde
Qui, 19 de Março de 2009 11:50

Por Leonardo Boff*


Rio de Janeiro, março/2009 – Desde seu começo, no final dos anos 60, a Teologia da Libertação adotou uma perspectiva global, focada na condição dos pobres e oprimidos do mundo inteiro, vítimas de um sistema que vive da exploração do trabalho e da depredação da natureza. Este sistema explora as classes trabalhadoras e as nações mais fracas. E, além disso, reprime os que oprime e, portanto, contrariam seus próprios sentimentos humanitários. Em uma palavra, todos devem ser libertados de um sistema que perdura há pelo menos três séculos e foi imposto em todo o planeta.

A Teologia da Libertação é a primeira teologia moderna que assumiu o objetivo global de pensar o destino da humanidade desde a condição das vítimas. Em consequência, sua primeira opção é se comprometer com os pobres, a vida e a liberdade para todos. Surgiu na periferia das Igrejas centrais, não nos centros metropolitanos do pensamento consagrado. Por essa origem, sempre foi considerada suspeita pelos teólogos acadêmicos e principalmente pelas burocracias eclesiásticas e da Igreja mais importante, a romano-católica.

De seu berço na América Latina, a Teologia da Libertação passou para a África, estendeu-se à Ásia e também a setores do primeiro mundo identificados com a solidariedade e os direitos humanos dos mais pobres. A pobreza entendida como opressão revela muitas faces: a dos indígenas que desde sua sabedoria ancestral conceberam uma fecunda teologia da libertação indígena, a teologia negra da libertação que resiste às marcas dolorosas deixadas nas nações que foram escravistas, o das mulheres submetidas desde a era neolítica à dominação patriarcal, a dos operários usados como combustível da máquina produtiva. A cada opressão concreta corresponde uma libertação concreta.

A questão teológica de base que até agora não acabamos de responder é: como anunciar de maneira crível um Deus que é um Pai bondoso em um mundo abarrotado de miseráveis? Só tem sentido se implicar a transformação deste mundo, de maneira que os miseráveis deixem de gritar. Para que uma mudança semelhante tenha lugar, eles próprios têm de tomar consciência, se organizar e começar uma prática política de transformação e libertação social. Como em grande parte os pobres em nossos países eram cristãos, se tratava de fazer da fé um fator de libertação.

As Igrejas, que se sentem herdeiras de Jesus, que foi um pobre que não morreu de velhice, mas na cruz como consequência de seu compromisso com Deus e com sua Justiça, seriam as aliadas naturais deste movimento de cristãos pobres. Este apoio se verificou em muitas igrejas nas quais havia bispos e cardeais proféticos como Helder Câmara e Paulo Evaristo Arns no Brasil, Arnulfo Romero em El Salvador, e muitos outros, assim como numerosos sacerdotes, religiosos e religiosas e laicos comprometidos politicamente.

Em razão de sua causa universal, já no início da década de 70, a Teologia da Libertação era um movimento internacional e convocava verdadeiros fóruns teológicos mundiais. Estabeleceu-se um conselho editorial integrado por mais de cem teólogos latino-americanos para compilar uma sistematização teológica a partir da perspectiva da libertação em 53 tomos. Já havia 13 tomos publicados quando o Vaticano interveio para abortar o projeto. O então cardeal Joseph Ratzinger foi rigoroso. Cortou pela raiz um trabalho promissor e benéfico para todas as igrejas periféricas e especialmente para os pobres. Passará à história como o cardeal – e depois papa – inimigo da inteligência dos pobres.

A Teologia da Libertação criou uma cultura política. Ajudou a formar organizações sociais como o Movimento dos Sem-Terra, a Pastoral Indígena, o Movimento Negro e foi fundamental na criação do Partido dos Trabalhadores no Brasil, cujo líder, o presidente Lula, sempre se reconheceu na Teologia da Libertação.

Hoje em dia, esta teologia transcendeu os limites confessionais das igrejas e se converteu em uma força político-social. Além de Lula, identificam-se publicamente com a Teologia da Libertação os presidentes Rafael Correa, do Equador; o ex-bispo Fernando Lago, do Paraguai; Daniel Ortega, da Nicarágua, e Hugo Chávez, da Venezuela, além do atual presidente da Assembléia das Nações Unidas, o sacerdote nicaragüense Miguel D’Escoto. Sua força maior não reside nas cátedras dos teólogos, mas nas inumeráveis comunidades eclesiásticas de base (só no Brasil existem cerca de cem mil), nos milhares e milhares de círculos nos quais se lê a Bíblia no contexto da opressão social e nas chamadas pastorais sociais.

Roma incorre na profunda ilusão de crer que com seus documentos doutrinários emitidos por burocracias frias e distantes da vida concreta dos fieis conseguirá frear a Teologia da Libertação. Ela nasceu ouvindo o grito dos pobres e hoje a comove o grito da Terra. Enquanto os pobres continuarem se lamentando e a Terra gemendo sob a virulência consumista, haverá mil razões para sentir o chamado de uma interpretação libertária e revolucionária dos evangelhos. A Teologia da Libertação é a resposta a uma realidade injusta e salva a Igreja central de sua alienação e de um certo cinismo.

* Leonardo Boff é teólogo e co-autor da Carta da Terra.


(IPS/Envolverde)

A Folha de São Paulo preparou uma "armadilha" para a Dilma


Recebi este email de Roberto Espinosa, um dos entrevistados pela Folha de São Paulo ontem, na matéria sobre a ministra Dilma. Ele é bem esclarecedor das armadilhas do 2010 que já chegou. Urariano
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Caros amigos,

A Folha de São Paulo preparou uma "armadilha" para a Dilma usando uma entrevista que concedi a uma das suas repórteres da sucursal de Brasília. Encaminhei a carta abaixo à redação. E peço que todos os amigos que a façam chegar a quem acharem necessário: redações de jornais, revistas, emissoras de TV e pessoas que talvez possam ser afetadas ou se sintam indignadas pela má fé dos editores do jornal. Como sabem, sou favorável à transparência, por achar que a verdade é sempre o melhor caminho e, no fundo, revolucionária.

Á coluna

painel do leitor

Seguem cópias para o Ombudsman e para a redação. Vou enviar cópias também a toda a imprensa nacional. Peço que esta carta seja publicada na próxima edição. Segue abaixo:

Prezados senhores,

Chocado com a matéria publicada na edição de hoje (domingo, 5), páginas A8 a A10 deste jornal, a partir da chamada de capa "Grupo de Dilma planejou seqüestro de Delfim Neto", e da repercussão da mesma nos blogs de vários de seus articulistas e no jornal Agora, do mesmo grupo, solicito a publicação desta carta na íntegra, sem edições ou cortes, na edição de amanhã, segunda-feira, 6 de abril, no "Painel do Leitor" (ou em espaço equivalente e com chamada de capa), para o restabelecimento da verdade, e sem prejuízo de outras medidas que vier a tomar. Esclareço preliminarmente que:

1) Não conheço pessoalmente a repórter Fernanda Odilla, pois fui entrevistado por ela somente por telefone. A propósito, estranho que um jornal do porte da Folha publique matérias dessa relevância com base somente em "investigações" telefônicas;

2) Nossa primeira conversa durou cerca de 3 horas e espero que tenha sido gravada. Desafio o jornal a publicar a entrevista na íntegra, para que o leitor a compare com o conteúdo da matéria editada. Esclareço que concedi a entrevista porque defendo a transparência e a clareza histórica, inclusive com a abertura dos arquivos da ditadura. Já concedi dezenas de entrevistas semelhantes a historiadores, jornalistas, estudantes e simples curiosos, e estou sempre disponível a todos os interessados;

3) Quem informou à Folha que o Superior Tribunal Militar (STM) guarda um precioso arquivo dos tempos da ditadura fui eu. A repórter, porém, não conseguiu acessar o arquivo, recorrendo novamente a mim, para que lhe fornecesse autorização pessoal por escrito, para investigar fatos relativos à minha participação na luta armada, não da ministra Dilma Rousseff. Posteriormente, por e-mail, fui novamente procurado pela repórter, que me enviou o croquis do trajeto para o sítio Gramadão, em Jundiaí, supostamente apreendido no aparelho em que eu residia, no bairro do Lins de Vasconcelos, Rio de Janeiro. Ela indagou se eu reconhecia o desenho como parte do levantamento para o seqüestro do então ministro da Fazenda Delfim Neto. Na oportunidade disse-lhe que era a primeira vez que via o croquis e, como jornalista que também sou, lhe sugeri que mostrasse o desenho ao próprio Delfim (co-signatário do Ato Institucional número 5, principal quadro civil do governo ditatorial e cúmplice das ilegalidades, assassinatos e torturas).

Afirmo publicamente que os editores da Folha transformaram um não-fato de 40 anos atrás (o seqüestro que não houve de Delfim) num factóide do presente (iniciando uma forma sórdida de anticampanha contra a Ministra). A direção do jornal (ou a sua repórter, pouco importa) tomou como provas conclusivas somente o suposto croquis e a distorção grosseria de uma longa entrevista que concedi sobre a história da VAR-Palmares. Ou seja, praticou o pior tipo de jornalismo sensacionalista, algo que envergonha a profissão que também exerço há mais de 35 anos, entre os quais por dois meses na Última Hora, sob a direção de Samuel Wayner (demitido que fui pela intolerância do falecido Octávio Frias a pessoas com um passado político de lutas democráticas). A respeito da natureza tendenciosa da edição da referida matéria faço questão de esclarecer:

1) A VAR-Palmares não era o "grupo da Dilma", mas uma organização política de resistência à infame ditadura que se alastrava sobre nosso país, que só era branda para os que se beneficiavam dela. Em virtude de sua defesa da democracia, da igualdade social e do socialismo, teve dezenas de seus militantes covardemente assassinados nos porões do regime, como Chael Charles Shreier, Yara Iavelberg, Carlos Roberto Zanirato, João Domingues da Silva, Fernando Ruivo e Carlos Alberto Soares de Freitas. O mais importante, hoje, não é saber se a estratégia e as táticas da organização estavam corretas ou não, mas que ela integrava a ampla resistência contra um regime ilegítimo, instaurado pela força bruta de um golpe militar;

2) Dilma Rousseff era militante da VAR-Palmares, sim, como é de conhecimento público, mas sempre teve uma militância somente política, ou seja, jamais participou de ações ou do planejamento de ações militares. O responsável nacional pelo setor militar da organização naquele período era eu, Antonio Roberto Espinosa. E assumo a responsabilidade moral e política por nossas iniciativas, denunciando como sórdidas as insinuações contra Dilma;

3) Dilma sequer teria como conhecer a idéia da ação, a menos que fosse informada por mim, o que, se ocorreu, foi para o conjunto do Comando Nacional e em termos rápidos e vagos. Isto porque a VAR-Palmares era uma organização clandestina e se preocupava com a segurança de seus quadros e planos, sem contar que "informação política" é algo completamente distinto de "informação factual". Jamais eu diria a qualquer pessoa, mesmo do comando nacional, algo tão ingênuo, inútil e contraproducente como "vamos seqüestrar o Delfim, você concorda?". O que disse à repórter é que informei politicamente ao nacional, que ficava no Rio de Janeiro, que o Regional de São Paulo estava fazendo um levantamento de um quadro importante do governo, talvez para seqüestro e resgate de companheiros então em precárias condições de saúde e em risco de morte pelas torturas sofridas. A esse propósito, convém lembrar que o próprio companheiro Carlos Marighela, comandante nacional da ALN, não ficou sabendo do seqüestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick. Por que, então, a Dilma deveria ser informada da ação contra o Delfim? É perfeitamente compreensível que ela não tivesse essa informação e totalmente crível que o próprio Carlos Araújo, seu então companheiro, diga hoje não se lembrar de nada;

4) A Folha, que errou a grafia de meu nome e uma de minhas ocupações atuais (não sou "doutorando em Relações Internacionais", mas em Ciência Política), também informou na capa que havia um plano detalhado e que "a ação chegou a ter data e local definidos". Se foi assim, qual era o local definido, o dia e a hora? Desafio que os editores mostrem a gravação em que eu teria informado isso à repórter;

5) Uma coisa elementar para quem viveu a época: qualquer plano de ação envolvia aspectos técnicos (ou seja, mais de caráter militar) e políticos. O levantamento (que é efetivamente o que estava sendo feito, não nego) seria apenas o começo do começo. Essa parte poderia ficar pronta em mais duas ou três semanas. Reiterando: o Comando Regional de São Paulo ainda não sabia com certeza sequer a freqüência e regularidade das visitas de Delfim a seu amigo no sítio. Depois disso seria preciso fazer o plano militar, ou seja, como a ação poderia ocorrer tecnicamente: planejamento logístico, armas, locais de esconderijo etc. Somente após o plano militar seria elaborado o plano político, a parte mais complicada e delicada de uma operação dessa natureza, que envolveria a estratégia de negociações, a definição das exigências para troca, a lista de companheiros a serem libertados, o manifesto ou declaração pública à nação etc. O comando nacional só participaria do planejamento , portanto, mais tarde, na sua fase política. Até pode ser que, no momento oportuno, viesse a delegar essa função a seus quadros mais experientes, possivelmente eu, o Carlos Araújo ou o Carlos Alberto, dificilmente a Dilma ou Mariano José da Silva, o Loiola, que haviam acabado de ser eleitos para a direção; no caso dela, sequer tinha vivência militar;

6) Chocou-me, portanto, a seleção arbitrária e edição de má-fé da entrevista, pois, em alguns dias e sem recursos sequer para uma entrevista pessoal - apelando para telefonemas e e-mails, e dependendo das orientações de um jornalista mais experiente, no caso o próprio entrevistado -, a repórter chegou a conclusões mais peremptórias do que a própria polícia da ditadura, amparada em torturas e num absurdo poder discricionário. Prova disso é que nenhum de nós foi incriminado por isso na época pelos oficiais militares e delegados dos famigerados Doi-Codi e Deops e eu não fui denunciado por qualquer um dos três promotores militares das auditorias onde respondi a processos, a Primeira e a Segunda auditorias de Guerra, de São Paulo, e a Segunda Auditoria da Marinha, do Rio de Janeiro.

Osasco, 5 de abril de 2009

*Antonio Roberto Espinosa

*Jornalista, professor de Política Internacional, doutorando em Ciência Política pela USP, autor de Abraços que sufocam - E outros ensaios sobre a liberdade e editor da Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe.

HERDEIRO DE JORNAL MOSTRA OS BRINQUEDOS DE SUA INFÂNCIA

Do sempre excelente CloacaNews
















E também seu álbum de figurinhas favorito:

domingo, 5 de abril de 2009

Boicote à Folha.



Novamente a Trolha de São Paulo volta à carga contra história e o povo brasileiro. Acuada pela Rede Record e pela queda brutal do número de leitores, a Trolha partiu para o tudo ou nada.
É uma estratégia arriscada, com a tendência de afastar os leitores que prezam pela democracia e a certeza de impulsionar iniciativas contra o fundamentalismo editorial.
O blog Sandálias do Pirata, Os amigos do Presidente Lula e Os amigos da Presidente Dilma são alguns dos que não vão deixar barato essa tentativa de manipulação da história.

"Por trás dos olhos azuis"



O The Who compôs nos anos 70 uma canção que parece
dialogar com o discurso de Lula ao lado de Gordon
Brown (onde culpou gente "branca de olhos azuis" pela
crise econômica). Achei interessante de se postar e
pensar,"será que é assim que se sentem os banqueiros de
olhos azuis?"
Aí vai um pedacinho da tradução:

"Ninguém sabe como é
Ser o homem mau
Ser o homem triste
por trás dos olhos azuis
E ninguém sabe
Como é ser odiado
Contar só mentiras"

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Obama diz que Lula é o político mais popular da Terra

Observem a intimidade com que Lula puxa Obama pela mão.

Yeda, a louca



do excelente diariogauche

Um Estado absolutamente quebrado, sem investimentos sociais há mais de 24 meses, na rede escolar pública não há sequer merenda para as crianças (porque o governo estadual não se habilitou junto ao MEC para receber recursos federais), um grave e crescente surto (inédito) de febre amarela (já matou mais de 1.600 macacos e seis pessoas), e a governadora insiste, teima, se fixa em comprar um avião de 18 lugares a um custo estimado superior a 30 milhões de reais.

Insanidade perigosa provoca governança temerária. Exige afastamento imediato e internamento prolongado.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Nada como um dia após o outro dia

I

"Torcedores do Independiente mostraram bandeiras do Paraguai e da Bolivia com a inscrição “Jogador numero 12″, em alusão a torcida do Boca, cometendo assim ato de Xenofobia, no intervalo do jogo Boca e Independiente, ontem no estádio do Huracán".
postado dia 10 de março no blog do Junnym

II

"Bolívia humilha Argentina e vence por 6 a 1".

Face da Morte - Televisão

Brasileiro agredido na Inglaterra diz que situação é crítica




Direto de Vitória


O brasileiro Marcio Toso, 30 anos, que diz ter sido agredido no domingo por uma gangue em Bristol, na Inglaterra, afirmou que a situação no bairro onde mora é critica "há muito tempo". Ele contou que conversava com um amigo, também brasileiro, quando os dois foram abordados na rua por quatro meninas, que perguntaram sobre a língua que estavam falando. Em seguida, um bando se aproximou e agrediu os brasileiros.

"A situação aqui está crítica há muito tempo. Há moradores que estão no bairro há 30, 40 anos, e já sofrem há muito tempo", disse ele. O brasileiro afirmou que nunca tinha sido vítima de agressão, mas disse que andava nas ruas calado e evitava falar ao celular para que não descobrissem que ele era estrangeiro.

Os criminosos levaram um notebook, chaves e os carros dos brasileiros, que estavam em uma região chamada de Crow Lane. O amigo de Toso, Shane Braga, 28 anos, quebrou o dente, levou um soco no olho e teve vários ferimentos no rosto. Toso quebrou o nariz e sofreu um corte na testa.

Toso disse que, somente depois da agressão, o policiamento foi reforçado na região. "Agora está cheio de policiais nas ruas, mas não era assim", afirmou.

Leia a íntegra com entrevista: http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3629616-EI5030-ABG,00.html

Lula encontra Sarkozy e 'afina orquestra' para o G-20



PARIS - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu o encontro com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, nesta quarta-feira, em Paris, como uma reunião para "afinar a orquestra" antes do encontro do G-20, que acontecerá na quinta em Londres. Sarkozy afirmou que os dois "querem que o mundo mude". "Se avançamos juntos, nossa voz é mais forte. Buscamos uma contribuição comum para uma nova governança mundial", disse.

Lula foi mais enfático e afirmou "tanto eu quanto o presidente Sarkozy não queremos participar de uma reunião fracassada". Ele convocou países com maiores PIBs que "assumam a responsabilidade e enfrentem os ativos tóxicos do sistema bancário". "O sistema financeiro precisa voltar a ser vinculado ao sistema produtivo", completou. Por volta das 13h30 de Paris, após almoço dos presidentes no Palácio do Eliseu, sede do governo francês, os líderes conversaram com a imprensa.

Lula ressaltou ainda a expectativa sobre o encontro dos países mais ricos do mundo. "Negociamos parceria que propõe propostas concretas para o G-20. Todos sabem da expectativa que a reunião está gerando sobre os ombros dos líderes. Grandes decisões que serão tomadas amanhã serão políticas, e não apenas econômicas".

Lula completou com duras críticas aos paraísos fiscais. "O G-20 precisa ser enfático contra os paraísos fiscais". Ele chamou de "quase imoral" os que "especulam sem gerar nada para o sistema produtivo".

"O G-20 vai ser uma reunião entre amigos, mas será difícil porque nem todo mundo está pensando da mesma forma. Estou convencido de que precisamos sair no mínimo com uma proposta que possa representar um alento. O medo é que causou essa crise. É preciso enfrentar o medo e tomar as decisões concretas", concluiu.

Fonte: Estadão
mas toda a mídia corporativa noticia os movimentos do maestro Lula. Alguém deve estar morrendo de inveja...

Escravo do carro

escrevo o seguinte post na condição de escravo alforriado:

Com ou sem chuva o trânsito nas grandes metrópoles é obsceno. Mais obscena ainda é a taxa média de pessoas por carro em São Paulo; inferior a 1,5.
Escravo do trânsito e do carro, o paulistano vê preciosas horas passarem, confinado dentro de um quadrado; um xilindró sobre rodas .
Gente saudável e com pernas para andar ou pedalar vive apegada a uma máquina cara e sugadora de líquido com cor e preço de ouro. Máquina egoísta; do combustível que consome, 90% são para garantir seu próprio movimento, os outros 10% garantem a locomoção do escravo.
É fato que o "busão" fica apinhado de gente na hora do rush e pedalar pode ser perigoso. Mas existe o meio termo; uma pessoa por carro é utopia capitalista, é necessário fazer o uso consciente do veículo.
A carona solidária é uma alternativa excelente, e merece mais do que algumas páginas desatualizadas no portal da secretaria do meio ambiente.