quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Para quando falarmos das guerras


Quando falarmos das guerras
sejamos contidos
A simples emoção só ampliará os conflitos.

Quando falarmos das guerras
baixemos o tom
milhões de filhos de trabalhadores e do povo morrem nas trincheiras por causas que não são suas.

Quando falarmos das guerras
falemos com recato
Para não acordarmos os meninos que dormem
nas frentes de batalha.
Respeitemos seu último sono.

Quando falarmos das guerras
falemos com todo respeito
Para transformamos o desespero de mães, viúvas e órfãos
em gritos de paz.

Quando falarmos das guerras
não esqueçamos que o inimigo é a guerra
Os nossos únicos companheiros
são os povos.

Quando falarmos das guerras
falemos da igualdade entre os homens
Comecemos por apagar as fronteiras nacionais.

Quando falarmos das guerras
Lembremos que o inimigo alimenta os dois lados
É o capital.

Quando falarmos das guerras
Lembremos que só há uma trincheira legítima
A de nos negarmos a combater.

Quando falarmos das guerras
saquemos nossa melhor arma
A bandeira da paz e do socialismo.

Falar das guerras é o avesso
de falarmos da Revolução
Embora nossos companheiros e palavras-de-ordem
sejam sempre os mesmos

Alipio Freire
São Paulo, 3 de janeiro de 2009

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