segunda-feira, 11 de maio de 2009

O neocon Demétrio Magnoli na Band

Guardem esse rosto: é lobo em pele de lobo.

Como se as noites de domingo não fossem suficientemente melancólicas por si só, o telespectador incauto ainda corre o risco de, ao zapear os canais da televisão aberta, cair numa das armadilhas preparadas pelo programa Canal Livre da rede Bandeirantes.

Ontem por exemplo, num debate sobre cotas raciais na universidade, havia um único defensor de cotas raciais, o frei Davi dos Santos contra uma tríade de jornalistas Banderneiros e o "sociólogo" neocon Demétrio Magnoli.

Sem entrar na questão das cotas raciais, a total imparcialidade do programa chega a ser irritante. Ao longo de todo o debate, o Frei Davi dos Santos é interrompido e provocado diversas vezes pelo sociólogo e leão de chácara da ciosa elite brasileira Demétrio Magnoli, que chega a gargalhar durante a fala do militante do movimento negro.

No entanto o Frei não baixou a guarda, deixou seu recado com educação e sem espumar pela boca, ao contrário de Demétrio, que questionou a capacidade do Frei de ensinar "a verdade" aos seus alunos nos cursinhos da Educafro.

Quem tiver estômago pode assitir o programa na íntegra no site da bandeirantes:
http://www.band.com.br/canallivre/videos.asp

21 comentários:

Anônimo disse...

Meu caro, vc deve assitir mais uma vez, pois o que vimos foi uma total falta de preparo para a defesa do argumento a favor das cotas 'raciais'. Viva o povo mestiço do Brasil!

Vendedor de Bananas disse...

pode até ser.. mas isso não exclui a arrogância com que os jornalistas da band e o sociólogo trataram o frei.
Viva o povo mestiço, o povo negro, o povo pardo e todos os outros povos que compõe o Brasil!

Norman Chap disse...

Que os jornalistas atacaram só o Frei David é verdade, mas que os argumentos do Magnoli venceram de lavada, apesar de ele espumar pela boca, é indiscutível.

LuizZ, disse...

Os argumentos do Frei David podem não ser os melhores, realmente.

Mas os do Demétrio tão pouco. O cara estava alucinado, sem educação nenhuma. Parecia que estava cheirando nos bastidores. Faltou civilidade.

E para variar, péssimo o jornalismo da bandeirantes. Esse o pior de todos.

Anônimo disse...

OK, embora seja contra as cotas, concordo que o Demetrio Magnoli foi mal eduacado. Agora, sejamos francos: falar de raça em pleno século XXI é um retrocesso...

edlu disse...

Foi um debate , tendencioso , e nem um pouco imparcial . A impressão que se ficou foi a que a band queria que se ficasse . Pura manipulação.Sou a favor das cotas como medida paliativa, não definitiva.Ameaçar os negros com a volta da KKK foi ridículo , Yes nós já temos Skin-heads. O negro não quer poder , só igualdade.E não me venha dizer que existe igualdade de oportunidades , basta olhar a nossa pirâmide social.Esse tal de magnoli , o cara tava descontrolado , só faltou chamar o Frei de burro.deprimente.

Anônimo disse...

Sinceramente,

Discutir cotas raciais no Brasil beira o absurdo. Numa mesma casa podemos ter irmãos com core de pele diferente, e aí, um seria negro e outro não? Discutir raça é realmente um retrocesso, ainda mais no Brasil.

O debate deveria se limitar a cotas sociais, isso sim pode causar uma verdadeira revolução no Brasil.

edlu disse...

Os EUA ,começaram a adotar políticas de cotas nos anos 50 e 60 , o Brasil está atrasado e só está adotando agora .Por este angulo também considero um retrocesso , porém as vezes temos que dar alguns passos para trás para depois poder seguir em frente , com mais qualidade.A cota para pobre também atende e me parece que já está sendo praticada.

Anônimo disse...

Prezado edlu,

O retrocesso é maior do que esse, o retrocesso é pensar que somos divididos em raças, isso é absurdo.

Como explicar para dois jovens pobres, que estudam na mesma escola, os dois de pais negros, mas um tem a pele mais clara que a outra que um vai ter o benefício e outro não?

Além disso, quem irá decidir quem é ou não negro? Será auto declarado? Nesse caso, 99% da população poderá declarar que é negra, afinal, é só buscar que acharemos um antepassado negro.

rock disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

De início fico perplexo com a forma agressiva com que o cronista trata as pessoas. Revela arrogância, ódio e o traço inequívoco do fascismo: a intolerância. Classifica pessoas com adjetivos ideológicos que só demonstram tendenciosidade e, daí por diante, carece de qualquer credibilidade. O cronista exerceu, com extrema competência, sua autodesqualificação pela forma agressiva que só tem uma explicação: falta de argumentação sólida, convincente, inteligente e clara. Imagino que quem deve está espumando, agora, seja ele, ao ver-me escrever isto. Tenho dúvidas se irá torná-lo público.

Quanto ao mérito do debate, ficou clara a inconsistência absurda das teses levantadas pelo Frei. São caricatas, risíveis e eivadas de sentimentos da extinta apartheid. Imagino o quanto o magnânimo Nelson Mandela ficaria estupefato diante de tanta sandice exposta por afro-descendente. Tem mais, na qualidade de cristão como pode o Frei defender teses discriminatórias e odientas. É triste ser católico e ver clérigos com esse nível de consciência, dissonante do Evangelho.

O certo é que Maglioli venceu o debate, não por se branco, imagina, mas pela excelência da argumentação, sobretudo, se confrontada com as sandices do outro debatedor. Não cabe na sociedade atual qualquer tentativa de se restabelecer práticas racistas que lembram a tragédia nazista e outras. Por conseguinte, o que identifica uma pessoa como racista não a cor da pele que ela tem, mas o discurso que assume e a atitude que adota como prática política diante dos agentes sociais.

Finalizando, discordo peremptoriamente da proposta de cotas raciais, contudo, sou defensor fervoroso das cotas sociais que teria como maior beneficiária, exatamente, a etnia dos afro-descendentes. A cota social é includente, justa e libertadora, enquanto a conta racial é discriminatória, perversa, odiosa, odienta, manipuladora e discricionária.

Vendedor de Bananas disse...

O comentário acima, como qualquer outro, terá seu espaço garantido no blog Vendedor de Bananas. Nem se o Anônimo quiser apagar o comentário isso será possível, pois o reproduzo na íntegra abaixo:

" Anônimo disse...

De início fico perplexo com a forma agressiva com que o cronista trata as pessoas. Revela arrogância, ódio e o traço inequívoco do fascismo: a intolerância. Classifica pessoas com adjetivos ideológicos que só demonstram tendenciosidade e, daí por diante, carece de qualquer credibilidade. O cronista exerceu, com extrema competência, sua autodesqualificação pela forma agressiva que só tem uma explicação: falta de argumentação sólida, convincente, inteligente e clara. Imagino que quem deve está espumando, agora, seja ele, ao ver-me escrever isto. Tenho dúvidas se irá torná-lo público.

Quanto ao mérito do debate, ficou clara a inconsistência absurda das teses levantadas pelo Frei. São caricatas, risíveis e eivadas de sentimentos da extinta apartheid. Imagino o quanto o magnânimo Nelson Mandela ficaria estupefato diante de tanta sandice exposta por afro-descendente. Tem mais, na qualidade de cristão como pode o Frei defender teses discriminatórias e odientas. É triste ser católico e ver clérigos com esse nível de consciência, dissonante do Evangelho.

O certo é que Maglioli venceu o debate, não por se branco, imagina, mas pela excelência da argumentação, sobretudo, se confrontada com as sandices do outro debatedor. Não cabe na sociedade atual qualquer tentativa de se restabelecer práticas racistas que lembram a tragédia nazista e outras. Por conseguinte, o que identifica uma pessoa como racista não a cor da pele que ela tem, mas o discurso que assume e a atitude que adota como prática política diante dos agentes sociais.

Finalizando, discordo peremptoriamente da proposta de cotas raciais, contudo, sou defensor fervoroso das cotas sociais que teria como maior beneficiária, exatamente, a etnia dos afro-descendentes. A cota social é includente, justa e libertadora, enquanto a conta racial é discriminatória, perversa, odiosa, odienta, manipuladora e discricionária."

Vendedor de Bananas disse...

do blog Sertão 18 horas:

"No último domingo, o programa Canal Livre, da Band, pretendeu fazer um debate sobre cotas raciais. Pretendeu. Acabou fazendo: i) o palco para o sociólogo Demétrio Magnoli desfilar seu cinismo, sua arrogância e sua desonestidade intelectual; 2) uma arena onde 4 (o sociólogo + três jornalistas) massacravam 1; iii) um ponto de mais confusão, porque não esclareceu qualquer coisa.

Não é um debate simples. Este que vos escreve entende nada do assunto. Mas o que leva-me a escrever é o profundo incômodo por ter assistido a um debate totalmente desequilibrado, ofensivo e precário do ponto de vista do conteúdo que se esperava.

O Magnoli deve achar que agressividade seja sinal de inteligência. Não é. Está mais para insegurança. Age desonestamente ao jogar para o saco das ideologias aquilo que destoa de sua forma de ler o mundo. E perdeu uma oportunidade de ficar calado. Desconsiderar a significação historicamente construída a partir da escravidão, na relação entre brancos e negros, depois de fazer a correta observação de o escravagismo ter constituído fundamentalmente um fato econômico, inclusive contando com a participação de negros escravagistas, não corresponde à imagem dele apregoada por seus apologistas de plantão.

Ridicularizar o Frei Davi, acusando-o de falsificar estatísticas, com um cinismo doentio, cinismo, aliás, desfilado em todo o programa, não foi desrespeitoso apenas ao Frei, mas a quem assistia ao programa."

texto completo em http://sertao18.blogspot.com/

Anônimo disse...

Só tenho uma coisa para dizer a você bananeiro:
Vai tomar no cu!

Vendedor de Bananas disse...

dependendo do ponto de vista "tomar no cu" pode até ser gostoso, então tomarei isso como votos de felicidade e os devolverei ao anônimo acima.

edlu disse...

Paz.

Jujuba disse...

Depois de ler atentamente todos os comentários só tenho algo a dizer: este Sr ou Sra anônimo é totalmente destemperado além de ser tremendamente arrogante e desrespeitoso... hum... é natural a coincidencia...

Jujuba disse...

Depois de ler atentamente todos os comentários só tenho algo a dizer: este Sr ou Sra anônimo é totalmente destemperado além de ser tremendamente arrogante e desrespeitoso... hum... é natural a defesa

Uru disse...

O formato das matérias jornalísticas e debates televisivos sobre cotas raciais é sempre o mesmo, desequilibrado a favor dos contrários, porque quem produz e participa é sempre os donos ou seus prepostos, todos beneficiários do Sistema de Cotas para os brancos, claro, dissimulado, como tudo nesse país. Quem escolheu o Frei David, que respeito pelo belo trabalho, foram eles, por saber que ele se emociona com o assunto. Aí foi só provocação: 4 x 1. Será que alguém, contra ou a favor, é tão imbecil de não perceber a manobra. Se é, vai um tutorial: na próxima matéria sobre cotas no Jornal Nacional o roteiro vai ser o seguinte: 1) democracia racial mostrando negros e brancos; 2) enunciado sobre cotas ou Estatuto; 3) Movimento Negro; 4) cidadão negro contrário; Yvonne Maggie, Peter Fry, Demétrio Magnoli, etc..; 5) Parlamentar favorável; 6) Parlamentar contrário fechando. Alguma variação daqui pra frente pode acontecer.

Anônimo disse...

Adorei a entrevista. O Frei Davi não teve argumentos fortes para discutir com Demétrio Magnoli.
Essa questão das notas dos alunos de cotas que sao compatíveis a dos não cotistas que ele parabeniza no final da entrevista mostra como o Frei está por fora, pois cansei de ver alunos cotistas com erros de português gravíssimos e que no final passavam beneficiados pelos trabalhos em grupo.E pior esses alunos vão se formar em professores, lamentável!

Anônimo disse...

O que acontece é que em 2007, 90% dos alunos que terminaram o 3º ano na rede pública, dentre eles: brancos, negros, mestiços, pardos índios e mais a diversidade de raças que você imagine que existam, concluiram o ensino médio sem saber localizar o raio e o diâmetro de uma circunferência, e não tem cota social nem racial que vá solucionar um problema desses!