sexta-feira, 20 de março de 2009

Militares de Israel revelam abusos em Gaza



Dois dos principais jornais de Israel – o Haaretz e o Maariv – publicaram ontem relatos de execuções e abusos cometidos por soldados israelenses contra civis palestinos durante a recente ofensiva de três semanas na Faixa de Gaza, em dezembro e janeiro, para combater militantes extremistas

Fontes ouvidas pelos jornais atribuíram os excessos a regras de combate permissivas. Em resposta às denúncias, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, elogiou a conduta dos militares no geral, mas prometeu investigar os relatos. Ele qualificou as forças armadas de Israel de “as mais éticas do mundo”, mas admitiu que “pode haver exceções” na tropa.

– Não tenho dúvidas de que isso será checado – declarou Barak.

Em um dos casos citados pelo Haaretz e pelo Maariv, um franco-atirador israelense matou uma mulher palestina e os dois filhos dela depois de as vítimas não terem entendido a orientação de um soldado e seguido para o lado errado, após serem soltos da casa onde estavam confinados. O franco-atirador não teria sido avisado sobre a libertação dos civis e abriu fogo quando eles se aproximaram. Em um outro caso, um comandante de companhia autorizou subordinados a atirar contra uma idosa que andava pela rua, apesar de ela estar próxima o suficiente para que os soldados percebessem que não representava ameaça. Militares também relataram destruição em larga escala de propriedades palestinas.

– Podíamos jogar tudo pela janela para manter a ordem. Atiramos tudo o que estava nas casas: geladeiras, panelas, móveis – relatou um deles.

A publicação das notícias coincidiu com a divulgação de um balanço do Centro Palestino de Direitos Humanos sobre os mortos no conflito. O grupo revelou a identidade de 1.417 palestinos que perderam a vida na ofensiva israelense, elevando em quase 10% o número inicial estimado. Conforme o Centro, 926 dos 1.417 mortos eram civis. Também morreram 236 extremistas palestinos e 255 integrantes das forças locais de segurança.

fonte: Zero Hora

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